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Aeronaves abandonadas da Funai acumulam prejuízos de R$ 3 milhões, afirma Damares

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A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, vistoriou oito aeronaves abandonadas da Fundação Nacional do Índio (Funai) neste final de semana. Segundo ela, foi uma “surpresa” a frota ter sido descoberta.

Os prejuízos acumulados somam pelo menos R$ 3 milhões com aluguéis de hangares (estacionamentos de avião) não pagos. “Isto aqui é um descaso que deixaram para a Funai, é o retrato da vergonha que era a Funai no passado. Vou ter que pagar de aluguel milhões e a aeronave está avaliada em mil reais agora no leilão”, afirmou a ministra.

Os aviões estão em Goiânia (GO), Brasília (DF), no Rio de Janeiro (RJ) e em Itaituba (PA). De acordo com o ministério, as aeronaves vistoriadas estão em péssimo estado de conservação e sem condições de voar. Damares disse que os equipamentos estão abandonados há anos e que eram destinados à saúde indígena. Um edital para leilão dos bens deve ser lançado dentro de 30 dias.

“Verificamos que turbinas e motores foram roubados. É difícil apurar responsabilidades. No caso do avião do Rio de Janeiro, não se sabe quando ele chegou. Há uma hipótese de que tenha chegado em 2013. Temos aeronaves em pátios particulares que a cobrança está chegando. O que vamos apurar no leilão não paga 20% do que está sendo cobrado por pátios particulares”.

Segundo o ministério, a Funai investiga o ocorrido, mas a suspeita é que elas tenham sido abandonadas após a competência pelo atendimento em saúde indígena ter sido transferido da Funai para o Ministério da Saúde, em 2010. Não há registro em documento que explique o porquê de os bens não terem sido transferidos para o órgão à época.

“Uma aeronave com capacidade para 12 pessoas abandonada aqui […]. Quantos indígenas não morreram por picada de cobra porque não tinha uma aeronave dessas perto da aldeia para levá-los ao hospital”, indagou Damares durante a vistoria no aeroporto de Brasília.

“Essas aeronaves estavam a serviços da saúde indígena. Quando a saúde indígena saiu da Funai e foi pra Funasa, há anos, elas tinham que ter sido enviada para lá, mas esbarrou muitas vezes no processo burocrático. Dizer que vamos encontrar todos os culpados, não vamos, porque percebemos que parte da culpa foi a própria burocracia que o sistema impõe. Mas o descaso é imperdoável”, completou a ministra.

Gastos com aeronaves particulares

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que pertence ao Ministério da Saúde, gasta cerca de R$ 80 milhões ao ano com o aluguel de aeronaves particulares contratadas para garantir assistência aos povos indígenas.

De acordo com Silvia Waiãpi, secretária nacional da saúde indígena, elas “servem para levar médicos, enfermeiros, agentes de saneamento, pessoal da área de endemias, levar cargas, vacinas, material para assistência e medicação”. “É um custo muito elevado”, pontuou.

Já Damares declarou que o órgão “gasta milhões por ano de fretes de aeronaves sendo que temos aviões parados da Funai”. “O que mostra que as instituições não se falavam e não havia nenhuma preocupação com o índio no Brasil”, afirmou.

Além das aeronaves de propriedade da Funai, há também uma de propriedade do Incra que foi cedida ao órgão para o atendimento aos indígenas.

JP

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