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Justiça liberta Cavendish, Assad e Cachoeira, presos em operação da PF

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O desembargador Ivan Athiê, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo) concedeu o direito à prisão domiciliar dos empresários Fernando Cavendish, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Todos forampresos na quinta (30), na operação Saqueador, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro do grupo usando verbas públicas. Ainda foram beneficiados, Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções e Marcelo José Abbud, também detidos na operação.

Athiê aceitou pedido dos advogados de Carlos Cachoeira e estendeu o benefício aos outros presos. Fernando Cavendish, único a não ser preso na ação por estar no exterior, também será beneficiado. Todos terão que cumprir a prisão em casa e precisarão usar tornozeleiras eletrônicas. A íntegra da decisão está sob sigilo.

A Folha apurou que uma das decisões de Ivan Athiê é de que os empresários devem se afastar do comando das empresas investigadas. Eles ainda estão proibidos de viajar e devem entregar os passaportes à Justiça.

No último dia 28, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal aceitou a denúncia contra 23 pessoas feitas pelo procurador Leandro Metidieri, do MPF (Ministério Público Federal) pelo crime de lavagem de dinheiro. No mesmo dia, o magistrado pediu a prisão dos cinco empresários.

Bretas determinou que os presos comprovem ocupação lícita e que a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) forneça tornozeleiras eletrônicas antes de soltá-los.

Nas investigações, a Polícia Federal e o MPF descobriram que entre 2007 e 2012, a empresa Delta recebeu R$ 11 bi em contratos públicos, sendo R$ 6,6 bi vindos de contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes). De acordo com os investigadores, a Delta, através de seu escritório central e de outros regionais, realizou pagamentos a 18 empresas de fachada criadas por Carlos Cachoeira e por Adir Assad.

PF e MPF calculam que R$ 370 milhões tenham sido lavados através dessas empresas. A Polícia Federal investiga se esse dinheiro foi repassado à agentes públicos.

O procurador José Augusto Vagos lamentou a decisão e ressaltou que vai tentar reverter a decisão.

“Fico a imaginar quais situações em concreto justificariam uma prisão cautelar para sua excelência, que, com todo respeito, sequer deu chance à PRR2 (Procuradoria Regional da República da 2ª Região) de ser ouvida. Foi um desprestígio para os órgãos que trabalharam duro nesta operação. Houve um gasto enorme de tempo, dinheiro, e sem maiores considerações e aprofundamentos, concedeu-se prisões domiciliares em série”, disse o procurador.

Nesta sexta, os empresários Carlos Cachoeira e Adir Assad chegaram a ser levados para o presídio de Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Como a decisão foi dada no fim da tarde, a dupla e os empresários Abbud e Abreu devem passar uma noite na unidade prisional.

A defesa de Fernando Cavendish divulgou nota sobre o caso.

“A decisão do magistrado reverte a prisão preventiva em prisão domiciliar, até que seja comprovada ocupação regular. A defesa reitera ainda que, consciente da legalidade dos seus atos, Fernando Cavendish sempre atendeu às solicitações da autoridade policial, e assim continuará a fazer no âmbito do inquérito policial”.

A Folha não conseguiu contato com as defesas dos outros quatro presos.

Folha

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