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Repórter é alvo de boato de tentar sequestrar criança, é hostilizado e faz BO; polícia da PB investiga

bo-reporter-boato-monteiro-pb-274x300 Repórter é alvo de boato de tentar sequestrar criança, é hostilizado e faz BO; polícia da PB investiga

Um jovem de 23 anos, que trabalha como repórter em um portal de notícias na cidade de Zabelê, no Cariri da Paraíba, registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia após ser vítima do boato de que ele havia tentado sequestrar crianças em duas cidades próximas na quarta-feira (10). Ele explicou que decidiu fazer o Boletim de Ocorrência para resguardar sua integridade física, tendo em vista que foi hostilizado na rua. José Ismar relatou que a informação errada foi repassada pela mãe da criança que teria sido vítima e posteriormente divulgada pelo delegado do caso para os veículos de comunicação.

De acordo com Ismar, a Polícia Civil recebeu denúncias de que o carro que pertence a ele estava ligado a pelo menos dois casos de tentativas de sequestro de criança nas cidades de Serra Branca e Prata ocorridas na quarta (9) em cerca de duas horas. O problema começou quando uma das mães que foi vítima recebeu de uma testemunha a possível placa do carro dos suspeitos e repassou para a polícia. A placa na verdade era do carro do repórter.

“Fui parado por dois policiais militares quando seguia para o trabalho. Eles foram muito agressivos e me informaram que o meu carro estava sendo ligado a casos de sequestro de crianças. Fui para delegacia e contei que não havia possibilidade pois no horário que falaram ter ocorrido esses crimes, meu carro estava parado em frente ao meu trabalho”, explicou.

Após prestar depoimento, e também pelo fato dos próprios policiais recordarem de José Ismar na cobertura de reportagens policiais, ele foi liberado. Porém, segundo Ismar, mesmo tendo esclarecido o mal entendido, o boato já havia se espalhado pela cidade de Monteiro, tendo em vista que o delegado do caso, João Joaldo, havia dado entrevista para a imprensa local indicado o número da placa do carro.

“Foi vítima de uma fake news. A gente que trabalha com informação sabe do perigo que uma informação errada pode causar, como pode causar um impacto negativo na vida de uma pessoa. Depois desse caso, perdi minha liberdade, tenho medo de sair da rua e ser agredido por algo que não fiz”, explicou.

Ainda de acordo com Ismar, a gravação de uma câmera de segurança em frente ao seu local de trabalho, em Monteiro, mostra que o carro não saiu em nenhum momento para outras cidades no período em que relataram ter acontecido as tentativas de sequestros de crianças.

Para o repórter, o delegado errou ao não investigar se a indicação da placa procedia e errou ao divulgar a informação para imprensa sem ter certeza. José Ismar explicou que já acionou os sites que divulgaram a informação e vai acionar o delegado pela entrevista que resultou nas reportagens que ligaram ele aos casos de sequestro.

“É muito triste, espero que isso se resolva, só quero voltar a ter minha liberdade de volta, porque infelizmente o estrago está feito”, lamentou.

O G1 tentou contato com o delegado do caso, mas até a publicação desta reportagem, não havia sido dado retorno. A Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds) informou que a delegacia-geral de Polícia Civil explicou que o próprio delegado vai explicar a situação e fazer uma retratação pública sobre o caso.

Casos de sequestro

Pelo menos dois casos de tentativa de sequestro de crianças foram registrados pela Polícia Civil nas cidades de Serra Branca e Prata, vizinhas a cidade de Monteiro, na manhã de quarta-feira (10). Em um dos casos, que deu origem ao boato contra José Ismar, em Serra Branca, a mãe da criança relatou que tentaram levar seu filho no momento que ela usava o telefone público. Ao perceber a movimentação, a mãe segurou o filho e um caminhoneiro ajudou a assustar o suspeito, que fugiu em um carro preto, confundido com o carro do repórter. A Polícia Civil investiga os dois casos.

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