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“Só comia, se vendesse”, diz adolescente paraibano submetido a trabalho escravo no DF; veja vídeo

escravidao-696x392-300x169 “Só comia, se vendesse”, diz adolescente paraibano submetido a trabalho escravo no DF; veja vídeoUm adolescente paraibano, de 18 anos, estava sendo submetido a trabalho escravo em cidades da região administrativa do Distrito Federal. Na última quinta-feira, o caminhão em que ele estava com mais 14 homens foi parado numa abordagem da Polícia Militar do Distrito Federal, perto da cidade de Brazlândia.

Segundo o tenente que participou da ação, o caminhão foi selecionado ao acaso, pois não apresentava nenhuma irregularidade aparente, mas se surpreendeu com o que encontrou. Os policiais descobriram que o operador do esquema era também o motorista do caminhão apreendido, um empresário cearense sem passagens pela polícia. “Ele ficava com os funcionários por uma média de quatro meses fazendo vendas. Eles só comem o tanto que conseguirem vender e não conseguem voltar para os estados pois criaram dívidas com o patrão”, disse o tenente à reportagem do Jornal de Brasília.

Segundo os PMs, os trabalhadores, com idades entre 20 e 50 anos, de cidades na Paraíba e no Ceará,  circulavam o Brasil na caçamba do veículo para vender panelas. A vítima mais antiga estava há seis anos sofrendo os abusos.

Em entrevista dada à imprensa de Brasília, o paraibano disse que era da cidade de São João do Rio do Peixe, próximo a Cajazeiras. Segundo ele, a família estava passando necessidade e recebeu convite para o trabalho. Pegou um empréstimo de R$ 350,00 com o dono do caminhão.  O dinheiro, de acordo com ele, era para pagar a passagem e a comida no meio do caminho.

“Só comia, se vendesse; só tomava banho, se vendesse. Muita gente já passou um dia, dois dias sem comer. Já passei uns dois dias de fome já. Seu eu pedisse a ele, ele dava, mas não queria aumentar mais, a dívida”, desabafa.

O motorista foi encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal, pois o crime de submeter trabalhadores a condições análogas ao de um escravo extrapola as esferas estadual e distrital. O adolescente ainda não sabe como vai voltar para casa.

Jornal da Paraiba

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