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Novo requisito para ser político na Índia: ter um vaso sanitário

alx_ganesh-chaturthi-20150921-13_original-300x225 Novo requisito para ser político na Índia: ter um vaso sanitárioA Índia é o país do mundo onde mais pessoas são obrigadas a fazer suas necessidades na rua ou em outros lugares impróprios e, para solucionar esse grave problema, várias regiões começaram a exigir que os candidatos às eleições tenham um vaso sanitário em casa. A iniciativa faz parte da Missão Índia Limpa, um plano do primeiro-ministro do país, Narendra Modi, que pretende que em 2019, no 125º aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, se torne realidade o sonho do pai da pátria de que todos no país tenham saneamento básico.

Essa solução peculiar foi iniciada primeiro no Estado de Gurajat, no leste do país, governado por Modi durante treze anos antes de assumir o posto de primeiro-ministro. Pouco a pouco, a medida foi sendo copiada nas outras regiões. “Quem se candidata quer ser representante do povo e tem que dar exemplo para estimular as pessoas para que não defequem ao ar livre”, afirmou o porta-voz do governo de Maharashtra, Ravi Kiran Deshmukh.

 

 “Posso entender que alguém não pode construir um Taj Mahal para sua esposa. Mas se verdadeiramente cuida dela e a ama, pode pelo menos proporcionar um vaso sanitário”, declarou um ministro do governo de Maharashtra, Jayant Patil. Maharashtra, cuja capital é a populosa Mumbai, é o último Estado a estabelecer o requisito. Já são cinco as regiões, a maioria governada pelo partido nacionalista hindu BJP, de Modi, que seguiram os passos de Gurajat. Eles são fiéis ao lema de Gandhi, que “os banheiros são mais importantes que a independência do país”.

Quem quiser ocupar cargos locais como o de prefeito tem que dar o exemplo. Paradoxalmente, um projeto que pretende que todos, não só os mais poderosos, instale o equipamento em casa, pune exatamente os mais pobres, que são o foco da Missão Índia Limpa. “Os pobres são quem têm mais dificuldade para cumprir essa exigência”, alertou em entrevista a ativista Shahina Perveen. “Segundo o último censo, 65% da população carece de espaço para dispor de um sanitário. Na prática, esse tipo de projeto bloqueia a participação política de mulheres, dos mais pobres, das castas e das tribos economicamente mais frágeis”, ressaltou Shahina.

Enquanto as autoridades esperam que o exemplo se estenda por meio dos candidatos eleitorais, a cada dia cerca de 65 milhões de quilos de excrementos humanos acabam nas ruas indianas, segundo a Unicef. Isso porque mais da metade do país, de 1,25 bilhão de habitantes, não tem vaso sanitário em casa.

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