OMS investiga se zika vírus pode ter transmissão sexual
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, ontem, que está investigando um caso de transmissão do zika vírus por contato sexual, sem dar detalhes de onde e quando o caso teria ocorrido. “O zika já foi isolado em sêmen humano, e já foi descrito um possível caso de transmissão sexual de pessoa para pessoa”, afirmou um comunicado da OMS, distribuído pela agência de notícias Reuters. “Mais evidência, porém, é necessária para confirmar se o contato sexual é um modo de transmissão”.
O relato foi divulgado durante o encontro do painel executivo da entidade, em Genebra, que discute epidemias em escala global. A única via de transmissão confirmada para o vírus é o mosquito Aedes aegypti, mas outras estão sendo investigadas. Não há nenhuma evidência ainda de transmissão pelo leite materno.
Um estudo publicado na revista científica “Emerging Infectious Diseases”, em maio de 2011, relata o caso de um cientista americano que, ao voltar do Senegal para os EUA em 2008, quando o país africano era acometido por surto do zika vírus, desenvolveu os sintomas da infecção já em casa, no estado do Colorado. O fato de sua mulher, que não saíra dos EUA, também ter sido infectada pelo zika foi interpretado pelos pesquisadores como um indício de uma possível transmissão sexual do vírus, pelo sêmen. A OMS não confirmou, porém, se a investigação conduzida agora se refere a esse caso.
Outro comunicado da entidade divulgado ontem afirma que o zika vírus, associado a casos de microcefalia, deve se espalhar por todos os países das Américas, com exceção do Canadá e do Chile. Segundo a agência, a doença já está presente em 21 países e territórios da região, tendo se espalhado desde março de 2015. A disseminação rápida se deve à baixa imunidade que a população local possui para o vírus, originário da África.
G1