Para Cardozo, associação entre Lula e operação é ‘especulação indevida’
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou que a nova fase da Operação Lava Jato tenha como alvo o ex-presidente Lula.
“O presidente Lula não está sendo investigado e nem me parece que na investigação de hoje tenha sido determinada qualquer medida investigativa em relação à figura do ex-presidente. Portanto, qualquer das outras situações que possam estar sendo colocadas ou veiculadas são especulações absolutamente indevidas”, afirmou Cardozo nesta quarta-feira (27), ao ser questionado sobre o tema.
Nesta manhã, a Polícia Federal deflagrou a fase “Triplo X” da Lava Jato, que investiga se a empreiteira OAS lavou dinheiro por meio de negócios imobiliários para favorecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Procuradores afirmaram que todos os apartamentos do condomínio Solaris, em Guarujá (SP), são alvo da investigação. No edifício, havia um tríplex reservado para a família de Lula, que acabou desistindo do negócio.
Cardozo lembrou que o juiz Sergio Moro afirmou recentemente que o petista não é investigado. “Acho que isso está absolutamente claro pelas manifestações do próprio Judiciário e daquelas que decorrem das próprias investigações.”
Nos bastidores, contudo, auxiliares da presidente Dilma avaliam que a nova fase da Lava Jato tem como objetivo “desgastar” a imagem de Lula no momento em que o governo está “fragilizado” e “tenta encontrar saídas” para a crise política e econômica do país.
MANIFESTO
Ele ainda preferiu não fazer críticas a manifesto de advogados sobre supostos abusos da operação realizada pela Polícia Federal.
“Não posso jamais imaginar que alguém não possa defender as posições em que acredita. Tenho visto pessoas que criticaram os advogados porque se manifestaram. Advogado tem direito de se manifestar sim, e não pode haver nenhum tipo de perseguição a quem defende aquilo que acredita”, disse ele, na presença do diretor-geral da PF, Leandro Daiello.
“Num Estado de direito, a investigação deve ser feita de forma imparcial e contundente, mas sempre dentro da lei. E se alguém acha que a lei está sendo desrespeitada, tem legítimo direito de se manifestar”, concluiu.