Dilma e Lula decidem aumentar espaço de PP e PR no ministério
Com a meta de realizar ainda nesta semana uma reformulação na Esplanada dos Ministérios, a presidente Dilma Rousseff reuniu na noite desta terça-feira (29) o núcleo político do Palácio do Planalto para discutir a nova configuração da equipe ministerial.
No encontro, que teve a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente concordou com a necessidade de aumentar o espaço de aliados como PP e PR, considerados essenciais na estratégia do governo federal de evitar a abertura de um processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
Segundo a Folha apurou, o PP tem reivindicado assumir o Ministério da Saúde. Também está em análise a hipótese de acomodar o PR no Ministério de Minas e Energia. As pastas são atualmente comandadas pelo PMDB, que anunciou nesta terça-feira (29) o desembarque do governo federal.
Além deles, o governo federal pretende acomodar na máquina pública o bloco formado por Pros, PHS e PEN, além de outras siglas nanicas, como PTdoB, PSL e PTN, em cargos de segundo e terceiro escalões.
A avaliação do Planalto é que, nesse momento, é necessário contemplar quem traga votos ao governo para segurar o impeachment na Câmara.
Em relação ao PMDB, o diagnóstico é que os ministros Helder Barbalho (Portos) e Eduardo Braga (Minas e Energia) trazem apoio, apesar de eles já terem decidido deixar o governo.
Por outro lado, os ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) não agregam apoio substancial na Câmara dos Deputados contra o impeachment, apesar deles querem continuar na Esplanada dos Ministérios.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, escalado para atuar comoarticulador do governo enquanto não pode assumir a chefia da Casa Civil, passou a terça-feira (29) cuidando do rearranjo.
Ele transformou o quarto no hotel em que está hospedado em Brasília em um bunker de negociações políticas.
No esforço de remodelar a base aliada, Dilma também se reuniu com os ministros Gilberto Kassab (Cidades), do PSD, e Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), do PR, para avaliar a nova composição ministerial.