Dilma pode pedir redução do próprio mandato e chamar eleições após derrota
Após ser derrotada na Câmara dos deputados neste domingo, 17, a presidente Dilma Rousseff pode pedir uma redução do próprio mandato ao Congresso Nacional. Pelo menos essa é a ideia do Partido dos Trabalhadores (PT), que na próxima terça-feira, 19, deve realizar uma reunião para discutir essa ideia. A informação foi dada pela coluna da jornalista Mônica Bérgamo, do jornal Folha de São Paulo. Caso isso realmente seja confirmado pelo PT, as novas eleições presidenciais já seriam realizadas no fim deste ano, junta às eleições municipais.
Com isso, Dilma abriria mão de pelo menos dois anos de mandato, despedindo-se do cargo de presidente no dia 31 de dezembro. Isso evitaria que ela perdesse seus direitos políticos por oito anos e que fosse deposta pelo Senado. A proposta será discutida e enviada ao congresso mesmo que a entidade decida por inocentar a petista, avaliando que ela não cometeu nenhum tipo de crime. Assim sendo, o sucessor da presidente teria um mandato um pouco maior, de seis anos, ao invés de quatro.
No entanto, a proposta a ser apresentada então teria essa eleição mais ampla no termo de governabilidade, mas sem direito a reeleição. Lembrando que se Dilma terminar esse ano no poder, ela também terá ficado seis anos no posto, sucedendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou oito anos no posto de presidente. Há quem discorde dentro do próprio Partido dos Trabalhadores que não haja a reeleição nesse caso, mas é algo a ser discutido nos próximos dias.
Nesse caso, a proposta seria apenas de eleição presidencial, unida com as municipais, evitando assim as chamadas eleições gerais, que elegeriam deputados, senadores e governadores. Assim como um movimento que aconteceu na década de 1980, a proposta também seria chamada de ‘Diretas Já’. A presidente Dilma ainda não se pronunciou sobre essa proposta, tampouco sobre a derrota que sofreu na Câmara dos deputados. Ela não deve dar entrevista neste domingo, segundo informações do UOL. O mais provável é que o reconhecimento da derrota na Câmara ocorra através de nota.
Até o fechamento desta reportagem, às 23h29, a votação na Câmara ainda não havia acabado, durando mais de seis horas. No entanto, tínhamos 356 parlamentares votando a favor do impedimento e 141 que votaram não (mais abstenções e ausências).