Cássio diz que os 54 milhões de votos de Dilma são os mesmos de Temer
O senador Cássio Cunha Lima subiu na tribuna do Senado às 22 h22 desta quarta-feira e usou os quinze minutos que tinha direito para falar do processo de afastamento da presidente Dilma. Defendendo a saída da presidente, Cunha Lima afirmou que o governo Michel Temer (PMDB), que vai se instalar temporariamente, e talvez definitivamente, tem sim legitimidade.
“Os 54 milhões de votos que Dilma recebeu foram os mesmos que Temer recebeu. Não é de graça que na tela da urna tem a foto dos dois”, explicou. Cássio lembrou que ninguém vota num candidato sem saber quem é o vice e sabe que ele pode assumir em momentos que a lei exigir.
Ratificou as críticas duras que fez ao governo longo do último ano. Segundo ele, é o momento de olhar para o futuro. “Não adianta falar do mandato desastroso que termina hoje sem, sequer, ter começado”, alfinetou.
Ele afirmou que o início desta “história do impeachment” foi com mentiras. Se referindo à campanha eleitoral de 2014. “Dilma enganou o povo, humilde e mentiu para ganhar a eleição a todo custo. Fazendo o diabo, usando a mesma expressão que ela usou”.
Para Cássio, não há dúvida que houve crime
O tucano defendeu a imprensa e registrou que foi a “imprensa livre” que mostrou o que estava acontecendo nas ruas do país; e afirmou que o “povo” que foi às ruas pedir o impeachment não tinha vínculo com partidos políticos, governos e estava profundamente indignado.
Rebateu a tese de golpe e afirmou que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade e que foram eles que empurraram o Brasil para o quadro atual, com 11 milhões de desempregados, inflação, juros altos, comércio fechando as portas.
Sobre o novo governo, disse que é apenas o começo de um caminho árduo, complexo e duro, para que se forme o que chamou de “governo de salvação nacional”. “Para salvar do atoleiro, resgatar o Brasil do abismo que ele foi empurrado”, criticou.
Acredita que as panelas não serão guardadas. Uma referência aos panelaços que eram feitos nos pronunciamentos de Dilma e de membros do PT. “Elas voltarão a ser usadas se não fizermos a política que eles exigem; não dá para fazer mais política no toma lá da cá e na troca de favores.