Para dar mais requintes de crueldade, o Brasil não perdia para o Peru desde 1985. Já uma eliminação em primeira fase de Copa América não acontecia desde 1987. A campanha de 2016 consegue ser pior que a de 2015, também sob o comando de Dunga, quando o Brasil caiu nos pênaltis para o Paraguai nas quartas de final. Nos Estados Unidos, além de perder para o Peru, o Brasil empatou com o Equador e aplicou 7 a 1 no Haiti. Em vão.
COMEÇOU BEM, MAS…
Mas antes do final negativo, o Brasil até animou. Com as alterações promovidas por Dunga – que optou por Lucas Lima no lugar do suspenso Casemiro e Gabigol no barrado Jonas -, o Brasil cresceu em qualidade do passe e dinamismo do meio para frente. Foram trocas de posições, movimentação e, principalmente, marcação pressão na hora certa. Várias jogadas de perigo nasceram com a Seleção “batendo a carteira” do Peru na intermediária. Com isso, o trabalho defensivo foi facilitado. Guerrero, por exemplo, passou mais tempo no chão pedindo falta e reclamando de trombadas do que com a bola no pé.
No entanto, o gol brasileiro não veio no primeiro tempo. Na chance mais clara, o goleiro Gallese se esticou todo para evitar o que seria mais um gol de Gabigol na Copa América.
A Seleção Brasileira quase não passou sustos nos primeiros 45 minutos, jogou muito melhor. Mas… a exceção foi em um toque de Renato Augusto em Flores que o árbitro ignorou e não deu pênalti. O Brasil já tinha reclamado de pênalti em pelo menos quatro ocasiões anteriores, mas o árbitro também não deu.
LADEIRA
Mas, a exemplo do que aconteceu contra o Equador, a “chave virou” no segundo tempo. Aquele Brasil se desfigurou na etapa final. O Peru avançou e levou perigo mais iminente nos primeiros 15 minutos.
O tempo foi passando e o Brasil não repetiu a performance inicial. A saída de bola ficou complicada, as jogadas não fluíram. E como se não bastasse… veio o erro de arbitragem. Ruidíaz escorou o cruzamento com o braço direito, a arbitragem não viu e o Peru abriu o placar.
Mas o lance não foi confirmado de forma tão rápida. O árbitro uruguaio Andrés Cunha ficou na dúvida, consultou o assistente, conversou com mais gente pelo rádio, esperou, esperou, e deu gol, de forma equivocada. É bom lembrar que a Copa América Centenário conta com tecnologia para verificar se a bola entrou ou não.
Depois do gol, o Brasil partiu para o desespero, mas os equívocos seguiram. O gol salvador do empate não veio. A eliminação foi o desfecho trágico em mais uma competição internacional do Brasil.
BRASIL 0 X 1 PERU
Local: Gillette Stadium, em Foxborough (EUA)
Data/Hora: 12/6/2016, às 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Andres Cunha (URU)
Auxiliares: Nicolás Taran e Richard Trinidad (URU)
Cartão amarelo: Lucas Lima, Renato Augusto (BRA)
Gols: Ruidíaz, 32’/2ºT (0-1)
BRASIL : Alisson, Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luís; Elias, Renato Augusto, Lucas Lima, Willian e Coutinho; Gabigol (Hulk, 26’/2ºT). Técnico: Dunga
PERU : Gallese, Corzo, Balbín, Ramos e Rodríguez; Trauco, Vilchez, Polo e Cueva (Tapia, 46’/2ºT); Flores e Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca