O Conselheiro de Políticas Culturais do estado da Paraíba, Antônio Carlos dos Santos (Beato Vicente) denunciou nesta quinta-feira (02) em rede social a situação de casarões tradicionais, que marcaram a história de Monteiro no cairri, vem sendo destruídos por empresários e políticos. O conselheiro chegou a citar que o casarão destruído próximo a empresa de energia da Paraíba (Energisa), pertença a um vereador Monteirense.
Confira na integra a denúncia:
O DEMOLIDOR. Na calada da noite, matam a nossa história.
Sempre na calada da noite, matam a nossa história. Das várias belezas que a cidade de Monteiro possui, é inegável que uma delas é a permanência dos grandes casarões. Esses são, ainda, o registro de uma época de opulência sob cuja sombra a cidade ainda vive e continuam resistindo às ações do tempo, esse senhor implacável. Entretanto, outros inimigos vão aparecendo e, pouco a pouco, põem em risco os velhos casarões. Primeiro, porque falta ao município, uma política de preservação, manutenção e conservação de seu patrimônio. Segundo, em virtude da ausência de respeito à memória cultural e patrimonial, a cidade vai deixando que a sua história se torne poeira ao vento porque permite que sanha capitalista de certas pessoas que não sabem a importância da preservação do patrimônio cultural para a cidade destrua o que de mais belo a cidade possui: momentos que contam a história do município, que são o registro de pessoas que contribuíram para que a cidade existisse e que, devido a sua importância histórica, merecem respeito. No entanto, o que vemos é senhores que, com a desculpa de que foi o vento, na calada da noite, põem a baixo anos e anos de história e lega às futuras gerações apenas o vazio onde antes reinava a história. Foi assim com o casarão dos Japyassu, situado próximo à Energisa, o qual hoje, 02 de junho, é só ruínas. Na madrugada de ontem para a manhã de hoje, as marteladas da ganância e as picaretadas da ignorância puseram o velho casarão a baixo. Essa ação criminosa, por si só, já é grave, mas se torna mais grave ainda quando é a mão de um vereador que esmaga anos e anos de história. Mais uma vez, vamos endossando o epíteto por que somos conhecidos, ou seja, o de um povo sem memória. E se nos falta memória, nos falta um lugar no passado e sem este lugar não podemos pensar o presente tampouco o futuro. Que essa ação criminosa não fique impune. Sei que é pedir demais, mas é preciso que o responsável seja punido nos rigores da lei e que o nosso município crie vergonha e passe a ver que se faz mais do que necessário zelar pelo seu patrimônio histórico. Finalizou Antônio Carlos dos Santos (Beato Vicente)
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