A cidade de São José dos Cordeiros, no Cariri paraibano, vai realizar, a partir desta sexta-feira (16), o 8º Festival do Mel, na praça central da cidade. O evento segue até o domingo (18) e contará com clínicas tecnológicas, palestras sobre empreendedorismo e apicultura, além de apresentações culturais e uma feira de produtos derivados do mel. Sábado e domingo haverá o 8º Seminário de Integração da Cadeia Produtiva da Apicultura e Meliponicultura do Cariri Ocidental Paraibano. Mais de 150 pessoas já se inscreveram.
De acordo com Madalena Arruda, gerente do Sebrae na cidade de Monteiro, instituição que apoia a atividade desde o ano 2000 na implantação do Pacto Novo Cariri, a apicultura se mantém, apesar da estiagem. “Existe a cultura dos moradores dessa cidade. Eles vêm de gerações passadas de apicultores. Quando o Sebrae começou a apoiar a atividade, na época, a apicultura era promissora na região. Apesar da estiagem e da diminuição da produção, continuamos com total apoio aos que ainda se mantém”, explicou.
Os técnicos e consultores que trabalham com os grupos de apicultores identificaram como uma potencialidade da região e têm a atividade como a principal. “É uma atividade sustentável, que trabalha o social e o econômico. Por isso o envolvimento de tantos profissionais na apicultura, para que juntos, produtor e consumidor, possam ter sustento e alimento sem agressão ao meio ambiente”, enfatizou.
O evento contará com uma variedade de produtos na área gastronômica, com degustação e comercialização de produtos da culinária do mel. Os visitantes poderão apreciar e comprar artesanato, conhecer os stands e comprar equipamentos apícolas. De acordo com Madalena Arruda, o Sebrae sempre apoia o Festival, em parceria com a Associação dos Apicultores e Meliponicultores de São José dos Cordeiros.
Economia – As atividades da apicultura e meliponicultura tiveram perdas nos últimos cinco anos devido à seca. Mas entre tantas histórias de desistências da criação de abelhas, existem as de resistência e perseverança na atividade rural. Segundo o extensionista da Emater, Ismar Vilar, a produção anual da região de São José dos Cordeiros é de meia tonelada. Essa produção está complementando a renda de 12 famílias da Associação dos Apicultores e Meliponicultores de São José dos Cordeiros.
“A produção foi reduzida, mas os produtores estão destinando os produtos para o próprio Cariri. A atividade está sendo mantida pelas pessoas mais competentes. Com a diminuição das floradas, estamos trabalhando na recuperação do meio ambiente através da plantação das árvores que servem para a apicultura, para mantermos os enxames até a época boa de chuvas”, explicou.
Uma das técnicas utilizadas pelos produtores é a de multiplicação de enxames. O agricultor Manoel Bezerra, de São José dos Cordeiros, é um exemplo. Os técnicos ensinaram a multiplicação por puxada natural, que é simples, distribuindo as abelhas para uma nova colmeia. “Nessa transposição, pega-se um enxame forte, retira-se cinco quadros, dois de alimentação e três de cria, e coloca-se em outra colmeia vazia. Completa-se os espaços com cera alveolada. Assim, Manoel aumentou sua produção de três enxames para 12”, explicou Ismar.
Programação
SEXTA – FEIRA (16)
Praça central
18h – abertura oficial;
19h – desfile “Garota do mel”;
SÁBADO (17)
Palestras
* todas as palestras serão no clube Asa Branca
8h – credenciamento;
8h30 – “Evolução histórica da apicultura, com José Ozildo dos Santos”, mestre em Sistemas Agroindustriais – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG);
9h30 – “Profissionalização do setor apícola no Brasil, com José Soares de Aragão Brito, presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) e vice-presidente da Federação Latino Americana de Apicultura (FELAPI)
11h – “A arte de fumigar”, com Lula do mel, presidente da Federação de Apicultura e Meliponicultura de Pernambuco (FEAMPE);
12h – almoço;
14h – “Panorama e perspectivas da apicultura no semiárido”, com o consultor do Sebrae, Jean Samel Rocha;
15h – “Hidromel como forma de agregar valor ao mel”, com Luanna Pinto Vilar, formanda em Engenharia de Biotecnologia e Bioprocesso (UFCG); Júlia Ferreira da Silva, formanda em Engenharia de Alimentos (UFPB);
16h – mesa redonda: “Alternativas de desenvolvimento da apicultura e meliponicultura no semiárido paraibano”, com o pesquisador em Apicultura e Meliponicultura da Emepa-PB, Joaquim Efigênio Maia Leite;
18h – exposição de trabalhos científicos.
DOMINGO (18)
Oficinas
* todas as oficinas serão no clube Asa Branca
10h às 12h
Sala 1 – “Meliponicultura”, com o mestre em Zootecnia (USP), técnico em Apicultura e Meliponicultura (UFPB) e instrutor do SENAR/PB, Josenildo Querino Dias;
Sala 2 – “Disponibilidade e importância de recursos florais para polinização e produção melípona na região semiárida”, com o doutorando em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ramon da Silva Santos;
Sala 3 – “Manejo avançado de colmeias para alta produtividade”, com o técnico em Apicultura e Meliponicultura da Emepa-PB, instrutor do SENAR/PB e gestor de Sistemas de Produção Apícola na Empresa Rainha da Paraíba, Leon Denis Batista do Carmo;
Sala 4 – “Mais mel e mais renda para os apicultores”, com o consultor do Sebrae, Jean Samel.
Ascom