Governador Ricardo Coutinho teme aprofundamento da crise e admite novos cortes
O governador Ricardo Coutinho (PSB) não esconde a preocupação com a situação financeira do Estado, que tem registrado quedas permanentes no recebimento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que são as transferências feitas pela União. De janeiro a setembro deste ano, o governador afirma que o ICMS do Estado foi maior que o FPE em 32% das transferências, algo considerado inédito. “Isso quer dizer que o problema não está dentro da Paraíba, mas fora dela”, avaliou o gestor.
Para manter as contas em dia e as obras em andamento, Ricardo adianta que o Estado fará novos cortes. “Eu só não sei ainda de onde, porque quando você chega no osso simplesmente não dá mais para cortar”, disse. O governador ressalta que o país vive uma retração violenta pelo terceiro ano consecutivo e que não dá sinais de recuperação.
“Isso faz com que o FPE todos os meses caia, mas a nossa despesa não cai. A gente não parou uma obra, não diminuímos os serviços , não fechamos postos e estamos fazendo de tudo para não fechar, para não parar obras. Porque se eu parar eu vou desempregar muita gente, se paro uma estrada vou condenar a população que espera há 70 anos por essa estrada. Portanto, é muito importante que as pessoas compreendam que isso não depende só do estado”, ressaltou.
A Paraíba é um dos poucos Estados no país que pagam o funcionalismo público dentro do mês trabalhado e a possibilidade de comprometer esse planejamento preocupa o gestor. “Estamos numa situação extremamente delicada. Isso é uma bola de neve. Além da folha de pessoal, tenho que pensar em 97% da população que não está na folha e que precisa de estradas, hospital aberto, assistência hospitalar ampliada”, disse.
A crise financeira que o Governo do Estado admite publicamente já havia sido antecipado pelo Portal VITRINE DO CARIRI e que esta situação resultaria em redução do custeio dos órgãos estaduais e demissões de prestadores de serviços que incharam o serviço público nos últimos meses, a exemplo do Hospital Regional de Monteiro e outras entidades vinculadas ao governo do Estado da Paraíba.