Lista da Odebrecht volta a assombrar políticos de todo o Brasil e da Paraíba
Nos dois últimos dias, voltou a assombrar alguns dos mais destacados expoentes de governo e oposição no país a famosa ‘Lista da Odebrecht’, divulgada inicialmente em meados de março deste ano. Desde ontem (25), porém, arquivos do listão, republicado pelo portal Congresso em Foco, rodam nas redes sociais e mostram cerca de 300 nomes – entre os quais quatro da Paraíba – como supostos beneficiários de propinas disfarçadas de doações a campanhas eleitorais.
Os paraibanos citados são o senador Cássio Cunha Lima, o ex-senador Cícero Lucena e o prefeito Romero Rodrigues, de Campina Grande, todos do PSDB. Soma-se a esses o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP). A lista em que aparecem os quatro políticos paraibanos volta ao noticiário porque o próprio Congresso em Foco republicou-a na quinta-feira (24), talvez para marcar o noticiário que dá conta do início dos procedimentos do Ministério Público Federal (MPF) para fechar, em Brasília, acordos de delação premiada com cerca de 80 executivos e ex-executivos da empreiteira.
Na primeira versão da ‘Lista da Obedebrecht’, publicada em 23 de março, a referência a Cássio é a sigla CCL-PB que encabeça a coluna de pretensos ‘parceiros históricos’ da construtora em quatro estados nordestinos. Além da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e Maranhão. Na coluna ao lado dos ‘parceiros’, o valor unificado de R$ 500 mil para todos eles.
Em outra planilha em tese apreendida pela PF nos escritórios da empreiteira, o nome ‘Cássio’ aparece ao lado da quantia R$ 250 mil. Mas a única doação formal da Odebrechet a uma campanha do senador (a de 2014, a governador), com registro na Justiça Eleitoral, é de R$ 4.400. Mesmo assim, a grana foi doada originalmente ao então candidato a deputado estadual Tovar Correia LIma (PSDB), que repassou o dinheiro à campanha do então candidato a governador da Paraíba pelo PSDB.
Na mesma data (23 de março) em que as planilhas com os nomes de Cássio, Cícero, Romero e Aguinaldo foram amplamente replicadas na Paraíba, o senador confirmou ao portal Paraíba Online “que recebeu doações da empresa Odebrecht para sua campanha, mas ressaltou que essa doação aconteceu de forma totalmente legal”. Lembrou também que a doação foi devidamente registrada na sua prestação de contas junto à Justiça Eleitoral e aprovada. Na mesma entrevista, ele reafirmou seu apoio “ao trabalho da Operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro”.
Já o prefeito Romero Rodrigues, que teria recebido R$ 300 mil da Odebrecht, informou no mesmo dia ao Blog do Suetoni que iria colocar à disposição da Justiça o seu sigilo fiscal e telefônico e desafiou qualquer um a provar que ele de fato recebeu dinheiro da empreiteira para campanha.
O ex-senador Cícero Lucena, por seu turno, que aparece em planilha da Odebrecht como donatário de R$ 500 mil daquela empresa, disse não se lembrar se entrou dinheiro da empreiteira no caixa de sua campanha a prefeito Capital em 2012. Em 2014, não disputou qualquer mandato legislativo ou executivo. Admitiu, porém, que alguma doação possa ter sido feita via PSDB. Nesse caso, o partido “que responda”, disse ao colega Suetoni Souto Maior.
Presidente estadual do PP, Aguinaldo Ribeiro jamais se manifestou sobre a inclusão de seu nome na Lista da Odebrecht. Ele, contudo, dos quatro paraibanos citados é o único até aqui denunciado na Operação lava Jato ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
jornal da paraiba