Trump diz que está aberto à discussão de plano para legalizar imigrantes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom mais brando do que o de costume no primeiro discurso em uma sessão conjunta do Congresso norte-americano. O republicano defendeu a redução da entrada de imigrantes com baixa qualificação profissional e destacou a presença, no plenário, de familiares de vítimas de crimes cometidos por estrangeiros sem documentação. Apesar disso, ele sugeriu que republicanos e democratas busquem um consenso para reformar o sistema de imigração.
“Eu acredito que republicanos e democratas podem trabalhar juntos para conseguir um resultado que tem escapado ao nosso país durante décadas”, disse Donald Trump.
Antes de ir ao Capitólio, o presidente conversou reservadamente com jornalistas na Casa Branca e foi mais explícito sobre o tema da imigração. Ele disse, encontro, segundo reportagem publicada pela rede de televisão CNN e pelo jornal The New York Times, que “este é o momento certo para uma projeto de lei de imigração, desde que haja compromisso de ambas as partes”.
A afirmação marca uma mudança significativa na dura retórica adotada desde a campanha eleitoral, quando Trump prometeu deportar imigrantes ilegais. Cerca de 11 milhões de estrangeiros sem documentação vivem atualmente nos Estados Unidos.
Um alto funcionário do governo afirmou à imprensa norte-americana que a reforma permitiria que os ilegais beneficiados pela lei possam viver, trabalhar e pagar impostos sem o risco de serem deportados, desde que não tenham ficha criminal.
No congresso, o presidente disse também que o governo trabalha para aprimorar os procedimentos de permissão de ingresso de estrangeiros e que não se pode permitir que o país se torne um santuário para extremistas.
Trump reafirmou que vai dar início à construção de um muro na fronteira com o México. Desta vez, no entanto, não mencionou a ameaça de cobrar a conta do país vizinho.
No discurso, ele condenou o recente ataque a dois cidadãos indianos, investigado como crime de ódio, e os casos de ameaça a centros judaicos e de vandalismo de cemitérios. Além disso, voltou a defender a revogação da lei que reformou o sistema de saúde, chamado de Obamacare.
No momento mais emocionado da noite, homenageou a viúva de um soldado da Marinha, morto em uma operação no Iêmen. “Ninguém é superior ou mais corajoso do que aqueles que lutam pelos Estados Unidos uniformizados”, disse. Os parlamentares aplaudiram longamente.
Agência Brasil