Paraíba
Águas da transposição chegam à bacia do açude de Boqueirão, no Cariri
As aguas da transposição do rio São Francisco começaram a chegar à bacia hidráulica do açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão, na madrugada desta quarta-feira (13), as águas da transposição do Rio São Francisco. A informação foi confirmada pelo presidente da Aesa, João Fernandes.
O açude está com apenas 3% da capacidade total e os órgãos públicos já temiam um colapso no abastecimento, caso o manancial continuasse sem receber recargas.
João Fernandes dá crédito à chuva pela água já ter chegado à bacia. “De ontem para hoje [as águas] andaram apenas 3km. Ainda não temos previsão de quando as águas vão se encontrar”, disse, mencionando a chegada da água ao espelho d’água, que fica a 16km do local onde a água chegou pouco depois da meia-noite.
A chegada da água a Boqueirão ocorreu dentro do prazo estimado pela Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). A previsão era que, após ter chegado a Monteiro, na Paraíba, ela levasse de 30 a 45 dias para chegar Boqueirão, mas o encontro das águas do São Francisco com as de Boqueirão ocorre 35 dias após a chegada em Monteiro.
Ainda de acordo com os dados Aesa, nesta quarta-feira o açude, que tem capacidade para armazenar 411.686.287 m³, estava com pouco mais de 12 milhões de m³ (3%). Por causa deste baixo volume, desde 6 de dezembro de 2014, Campina Grande e outras 18 cidades que são abastecidas por Boqueirão estão enfrentando racionamento de água. O volume está tão baixo que o sistema de captação convencional não consegue mais puxar a água do açude. A água está sendo retirada através de um sistema bombas de captação flutuante.
Mesmo com a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco, as cidades abastecidas pelo açude de Boqueirão vão continuar em racionamento de água. O regime só deve ser encerrado quando o manancial tiver uma melhora no volume e sair do volume morto. Segundo o gerente regional da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa), Ronaldo Menezes, se tudo ocorrer como o previsto, o racionamento pode acabar até o fim de junho.
“Atualmente estamos consumindo o volume intangível (o volume morto) do açude de Boqueirão. Para sairmos desta situação, o manancial precisa armazenar 8,2% de sua capacidade. Atualmente está com 3%. Então pensar-se-á em sair do racionamento quando o manancial sair dos 8,2%. O período que isso será atingido depende da vazão de chegada das águas do Rio São Francisco. Considerando uma vazão de 7 m³ [de água] por segundo, esse tempo será de dois meses e meio a três meses”, explica Ronaldo Menezes.