Vice dos EUA promete ‘resposta esmagadora’ à Coreia do Norte
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, prometeu nesta quarta-feira (19) uma “resposta esmagadora em caso de ataque” da Coreia do Norte ante um auditório de soldados americanos do porta-aviões Ronald Reagan, estacionado no Japão.
Há “nuvens no horizonte”, disse o número dois do Executivo americano, que classificou o regime comunista da Coreia do Norte de “ameaça mais perigosa e urgente para a paz e a segurança na Ásia Pacífico”.
Lee Jin-man/AP Photo | ||
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, durante visita à zona de fronteira entre as duas Coreias |
Pence fez estas declarações no Japão, onde realiza uma visita de dois dias depois de ter passado pela Coreia do Sul e, em particular, por sua fronteira com a Coreia do Norte, em plena tensão com os Estados Unidos pela probabilidade de que Pyongyang esteja preparando seu sexto teste nuclear.
O vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Han Song-ryon, afirmou na terça-feira à BBC que o ritmo de testes balísticos irá acelerar. “Vamos realizar mais testes de mísseis semanalmente, mensalmente e anualmente”.
Diante da atitude da comunidade internacional, que considera estes testes uma provocação e uma violação das resoluções da ONU, Pence já advertiu há alguns dias que “todas as opções estão sobre a mesa”.
“Derrotaremos qualquer ataque e reagiremos ao uso de qualquer arma convencional ou nuclear com uma resposta esmagadora”, afirmou, citando a “determinação do presidente Trump e das forças armadas dos Estados Unidos”.
O porta-aviões “Ronald Reagan”, que se encontra na base naval americana de Yokosuka, forma parte da sétima frota de Washington e está pronto para uma mobilização programada no Pacífico ocidental.
Outro componente da sétima frota, o porta-aviões “USS Carl Vinson”, atualmente diante da costa australiana, planeja chegar na próxima semana ao mar do Japão (mar do Leste, em sua denominação sul-coreana).
RETÓRICA PREOCUPANTE
A retórica de guerra preocupa Coreia do Sul e Japão, vizinhos do regime de Pyongyang.
Na terça-feira, o presidente japonês, Shinzo Abe, pediu o favorecimento da via diplomática e pacífica, um diálogo que terá que passar forçosamente pela China, como reconheceu Trump, silenciando suas críticas à política econômica de Pequim.
“O que deveria fazer? Lançar uma guerra comercial contra a China enquanto (o presidente chinês, Xi Jinping) trabalha em um problema claramente maior, na Coreia do Norte?”, se perguntou o presidente em uma entrevista transmitida na terça-feira pela rede americana Fox News.
Essas declarações representam uma mudança de atitude do presidente americano, que há alguns dias ainda garantia querer resolver sozinho a questão nuclear norte-coreana se Pequim não conseguisse controlar seu turbulento vizinho.