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Silêncio de SP sobre Lugano põe pressão em Rogério Ceni, que se incomoda

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A menos de um mês do final do contrato de Diego Lugano, o São Paulo ainda não se manifestou de forma clara sobre uma renovação. Como reflexo disso, nas últimas semanas, o treinador Rogério Ceni vem sendo questionado repetidamente sobre no futuro do zagueiro. O UOL Esporte apurou que a situação causa incômodo: o comandante são-paulino não cobra da diretoria a permanência do uruguaio, mas também não quer ficar marcado como a última palavra que vai selar os momentos finais do amigo, um ídolo da torcida.

Pessoas que conversaram com Ceni sobre o assunto afirmam que o ex-goleiro não quer ficar marcado como o responsável por encerrar a carreira de outra figura histórica no Morumbi. Essas fontes ouviram do ex-goleiro que ele não tem qualquer obstáculo à permanência de Lugano, mas tampouco pede expressamente a renovação. Tecnicamente, no entanto, deixa claro que o zagueiro não briga por uma vaga como titular, e não seria mais utilizado do que vem sendo até agora.

Não por acaso, Ceni foi questionado diversas sobre o assunto ao longo das últimas semanas. Na última delas, foi claro: a decisão não deve ser dele. “O Lugano é importante, tem seu valor, jogou oito partidas, todas como capitão da equipe, e sempre fazendo bom trabalho. É importante para o grupo, mas também é uma decisão da diretoria. Fico feliz em contar com ele, como também com o Luiz Araújo. Mas é uma decisão acima da minha”, disse, em coletiva no CT da Barra Funda.

A diretoria, entretanto, não fala publicamente sobre o assunto. Nas poucas vezes que o fez, o discurso é de pesar os prós e contras e tomar uma decisão no futuro próximo. Desde sua reeleição, no fim de abril, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva adotou postura fechada com a imprensa e só deu entrevista de fato no último dia 27, quando disse que os cartolas tricolores chegariam a um consenso em breve.

Mesmo internamente, não chega a haver consenso. Há, entre os dirigentes, quem defenda a permanência do zagueiro pela história dentro do clube, enquanto outros questionam o custo-benefício, já que os salários são considerados alto para um atleta reserva. A reportagem apurou, no entanto, que a questão não é apenas financeira. Lugano é um dos líderes do grupo e representa ativamente os jogadores, cobrando premiações e defendendo o interesse de funcionários, postura que, por vezes, desagrada parte da cartolagem.

Há, também, quem considere que a postura de Ceni de não pedir expressamente a extensão do contrato de Lugano é um “não” à renovação. Esses dirigentes entendem que, se Ceni pedisse, o contrato do zagueiro seria estendido rapidamente.

O São Paulo demorou a procurar Lugano, mas as conversas com o zagueiro já começaram, sem rumo definido. Ninguém que vive o dia a dia do clube e foi ouvido pela reportagem se arrisca a prever se o zagueiro fica ou não até o fim do ano. É um cenário distinto daquele que se apresentou no meio do processo eleitoral que culminou na reeleição de Leco. Na ocasião, aliados do presidente falavam que já havia uma decisão pela renovação pelo menos até o fim do ano, posição que foi revisto após a aberturas das urnas. Os últimos passos do ídolo uruguaio com a camisa que o consagrou estão sendo decididos na prorrogação.

O Pipoco

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