Fim de força-tarefa da PF é retrocesso, dizem procuradores da Lava Jato
Os procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba afirmaram, em nota nesta quinta (6), que a decisão da Polícia Federal de extinguir a força-tarefa da investigação é “um evidente retrocesso”.
Para eles, a medida “prejudica as investigações da Lava Jato e dificulta que prossigam com a eficiência com que se desenvolveram até recentemente”.
Os procuradores reclamam que o efetivo da PF dedicado à Lava Jato em Curitiba teve uma “drástica redução” no governo de Michel Temer (PMDB) e não está adequado à demanda de milhares de documentos pendentes de análise.
Segundo eles, o fim do grupo dedicado à Lava Jato “não contribui para priorizar ainda mais as investigações”.
“Pelo contrário, a distribuição das investigações para um número maior de delegados e a ausência de exclusividade na Lava Jato prejudicam a especialização do conhecimento e da atividade, o desenvolvimento de uma visão do todo, a descoberta de interconexões entre as centenas de investigados e os resultados”, afirmaram, em nota.
Os delegados e agentes dedicados à Lava Jato serão agora integrados à equipe da Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas). A PF negou que a decisão tenha motivações políticas ou orçamentárias, disse que a opção foi “operacional” e que a sobrecarga de trabalho diminuirá com a mudança.