Uma audiência de conciliação, que durou três horas, envolvendo oito herdeiros, advogados, parentes e filhos que sequer existiam à época da propositura da ação, colocou fim a uma querela familiar que se arrastava há 17 anos na Justiça da Paraíba. O ato de conciliação aconteceu nessa quinta-feira (26) e foi presidido pela juíza em substituição cumulativa da 2º Vara da Comarca de Monteiro, Kátia Daniela de Araújo.
A Ação de Inventário nº 0000374-81.2000.815.0241 teve início, precisamente, no dia 20 de junho de 2000 para que se procedesse a partilha de bens, em decorrência do óbito da genitora dos autores.
Segundo relatou a magistrada, nesses 17 anos de tramitação da ação, diversos entreveros aconteceram. Foram anos de tentativas de solução, sem êxito, devido aos desentendimentos familiares e incidentes processuais.
O processo, inclusive, chegou a ser arquivado, sem solução, pois, não havia consenso. “Eram uns contra outros e ninguém percebia que o atraso na solução não beneficiaria ninguém. Pelo contrário. A Justiça estava em débito na resolução do conflito que se arrastava por anos. Houve, então, o pedido de desarquivamento, que foi deferido, e feito retomado”, contou Kátia Daniele.
A juíza iniciou a audiência clamando pela união da família, e recitou a música do Padre Zezinho, Oração Pela Família, na tentativa de acalmar os ânimos. Em seguida, propôs que todos buscassem a conciliação. Após três horas de diálogos, o acordo logrou êxito, a família se reconciliou, a partilha ultimou-se.
Ao final da audiência de conciliação, a magistrada relatou a sua satisfação em presidir o ato e disse se sentir realizada em poder conduzir a solução de um conflito de mais de uma década.
“Tenho absoluta convicção de que Deus esteve presente e dirigiu os trabalhos através de mim. A Justiça foi feita pelos próprios interessados, que puderam conscientizar-se da importância do diálogo e, ao final, o acordo foi homologado pelo Judiciário. As partes estão de parabéns. A equipe da 2ª Vara também. Um agradecimento especial à estagiária Jaynne Matias Tomaz de Barros pela presteza na assessoria da audiência. Sinto-me com uma sensação de dever cumprido”, disse a juíza.
Por Eloise Elane