Somália é um dos países que mais registram ataques terroristas no mundo. Combatentes do grupo jihadista Al Shabab, ligado à Al-Qaeda, controlam amplas zonas do sul e do centro do país e tentam derrubar o governo central apoiado pela ONU e pela União Africana, atacando constantemente bases militares e alvos civis.
Em julho deste ano, um estudo revelou que a Somália integra uma lista com dez países onde ocorrem 75% de todos os ataques terroristas no mundo, ao lado de Iraque, Afeganistão, Índia, Paquistão, Filipinas, Turquia, Nigéria, Iêmen e Síria. As estatísticas foram reveladas pelo Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e Reações ao Terrorismo, um “centro de excelência” do Departamento de Segurança Interior do governo dos Estados Unidos localizado na Universidade de Maryland.
O país vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado. Isso deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um clã determinado e grupos armados.
A última eleição realmente democrática na Somália aconteceu em 1969.
Além dos ataques terroristas, os jihadistas também impedem o acesso de grupos humanitários, o que agrava a fome no país, atingido ainda por uma forte seca. No início deste ano, a ONU estimou que mais de 6 milhões de somalis precisavam de ajuda urgente, o que correspondia a mais da metade da população.
Em fevereiro, o governo decretou catástrofe nacional e a Unicef estimou que 270 mil estavam em estágio de desnutrição grave. Segundo a ONU, 950 mil crianças menores de cinco anos sofreriam desnutrição aguda neste ano, das quais 185 mil morreriam se não recebessem tratamento médico imediato.
Presidente
Em fevereiro deste ano, a Somália elegeu seu novo presidente após ter eleições adiadas por cinco vezes. O ex-primeiro-ministro Mohamed Abdullahi Farmajo foi eleito pelo parlamento, depois de seis horas de votação e duas rodadas de votação.
Reunidos no aeroporto internacional de Mogadíscio, os parlamentares somalis fizeram as votações em meio a fortes medidas de segurança para evitar novos ataques do Al Shabab.
Protegido pela Amisom, o aeroporto de Mogadíscio é considerado o local mais protegido da capital. Nele se encontram os escritórios da ONU, de várias organizações humanitárias e embaixadas.