Filha de Dudu Nobre é revelação no levantamento de peso
Ela treina levantamento de peso, pratica jiu-jitsu e judô, faz crossfit, toca piano e ainda canta. Olivia Nobre, filha do cantor Dudu Nobre e de Adriana Bombom, tem muitos talentos. Com 15 anos, a menina é uma das mais recentes revelações da modalidade olímpica do levantamento de peso e em junho deste ano, foi vice-campeão brasileira sub-17 na categoria 63kg. Treinando há apenas 8 meses com a seleção brasileira e com o treinador Luis Carlos Aveiro no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), no Rio de Janeiro, Olivia surpreendeu a comissão técnica com o resultado na competição nacional e se tornou reserva do Brasil na categoria.
Vimos que ela tinha potencial pelas marcas que ela atingiu, pela idade e altura. O próprio peso que ela já faz, mesmo com pouco tempo de treinamento. Realmente tem um talento para a modalidade. Na competição ela fez um peso que nunca tinha feito nos treinamentos. Isso mostra que ela tem garra e gana. Gosta muito de competir, e isso também é uma prerrogativa para avaliar o atleta – comentou Aveiro, que é treinador da seleção brasileira.
O interesse pela modalidade olímpica surgiu através do crossfit e por incentivo de Jailton Gomes. O professor de educação física é pupilo de Aveiro e já integrou a seleção brasileira de levantamento de peso. Ele enxergou o talento de Olivia logo de cara, fez alguns vídeos e enviou para o antigo técnico. A velocidade do levantamento e o movimento afinado chamaram atenção. O convite para integrar o time do Brasil no centro de treinamento veio rápido.
Olivia se divide entre os treinos com Jailton e os treinos no Cefan, e ainda pratica jiu-jitsu. Algumas questões burocráticas estão sendo negociadas para que ela possa cumprir a rotina de treinos junto com a seleção diariamente. O momento é de definição para a menina, que em breve vai precisar decidir suas prioridades se pretende alçar voos mais altos no levantamento de peso. Mesmo com a agenda cheia, sempre que pode Dudu arranja um tempinho para ficar de olho na filha mais velha e aconselha:
“O que eu sinto é que essa disciplina aqui do levantamento de peso faz muito bem para ela. O esporte em si tem muito essa questão e com certeza os treinamentos ajudam muito. Atualmente essa é a modalidade que ela tem mais foco. Eu como pai abro o leque de possibilidades, mas é o que falo: chega um momento que é preciso direcionar. Hoje é o momento de definir”, disse.
O pai pode ficar tranquilo. Com apenas 15 anos, ela parece estar bem decidida do que quer para o seu futuro. Não descarta uma carreira artística, é verdade, e sempre que tem um tempinho na rotina cheia de treinos arrisca algumas notas no piano de cauda do Dudu. Mas Olivia confessa que sua verdadeira paixão é o esporte.
Se tudo caminhar como planejado, um ciclo olímpico é uma realidade. Para Carlos Aveiro, é preciso focar 100% no levantamento. Ele acredita que se Olivia seguir à risca os treinamentos pode competir pela modalidade nos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028. Os treinos ao lado das atletas de alto rendimento como Emily Rosa, uma das promessas para Tóquio, são um incentivo a mais.
O Aveiro sempre diz que é preciso observar para aprender. Quanto mais você observa, mais você absorve as coisas. Uma vez ele me colocou para treinar com a campeã mundial e mais três atletas super fortes aqui do Cefan. Elas me explicaram e fiquei observando. Eu fiquei olhando, e vi o peso que elas estavam levantando. Quero ser um dia assim também.
Com pouco mais de 30 mil seguidores do Instagram, a filha de Dudu faz sucesso nas redes sociais. Olivia divide com seus fãs suas conquistas e seus movimentos precisos. Este ano, o esforço da menina nas modalidades que pratica gerou polêmica. Dois episódios de desmaios durante os treinos foram divulgados e o público questionou se ela estaria recebendo acompanhamento adequado de profissionais. Seu pai precisou entrar em ação. Interrompeu as atividades de Olivia e a levou nos melhores médicos e nutricionistas que trabalham com esporte para uma bateria de exames. Descobriram que o mal-estar estava ligado à alimentação.
Depois que comecei a fazer a dieta do nutricionista, percebi que precisava comer. Eu achava que comendo pouco, eu perderia peso mais rápido. Mas não é assim. Eu praticava muitos esportes para comer tão pouco. Hoje em dia eu como muito bem e fez muita diferença ter uma alimentação certinha – analisou a menina.
Admirador declarado da filha, Dudu fica bastante orgulhoso. Dá para notar que os dois tem muita sintonia, e quando o pai vai assistir ao treino, o negócio vira samba. Com direito a cavaquinho, cantoria e letra improvisada.
G1