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Em teste de nova formação, Brasil sofre no 1º tempo e faz 3 a 0 na Rússia

SELECAO-300x200 Em teste de nova formação, Brasil sofre no 1º tempo e faz 3 a 0 na RússiaA seleção brasileira venceu a Rússia por 3 a 0 nesta sexta (23) em uma noite fria de Moscou, com sensação térmica de 7 graus negativos. Gelado também foi o desempenho do Brasil em boa parte do tempo, escamoteado pelo placar da partida no estádio que abrirá e fechará a Copa, o Lujniki. O técnico Tite se disse feliz com a partida.

Tite usou o amistoso para testar um esquema tático sem Neymar e tirando Renato Augusto do time, centralizando Philippe Coutinho e abrindo Willian e Doulgas Costa pelas pontas. Deu errado no primeiro tempo. No começo da segunda etapa, o time conseguiu construir o placar da goleada. Depois do 2 a 0, Tite fez seis substituições e alterou a estrutura do esquema testado, estudando mudanças individuais. “A concorrência para a Copa está aberta”, disse o técnico.

A preocupação do técnico era furar a defesa com uma linha de cinco jogadores da Rússia, esquema que havia parado o Brasil no amistoso contra a Inglaterra em novembro, quando os times empataram em 0 a 0. Tite percebeu que sua campanha vitoriosa nas eliminatórias teria pouco a ver com formações fechadas de times europeus menos técnicos.

Em entrevista, ele apontou as finalizações como sinal de que o teste foi bem-sucedido, em especial no segundo tempo. “Quando tem 25 finalizações e 13 são no gol, contra uma linha de cinco defensores, isso quer dizer que a equipe clareou, mesmo com o atleta executando funções diferentes”, disse. “Quando chego a 40% de acerto, fico feliz. Tivemos mais de 50%”.

A ausência de Neymar, astro do Brasil que se recupera de uma fratura no pé, abriu a janela de oportunidade. Coutinho esteve apagado, embora Tite tenha insistido na entrevista pós-jogo que ele “joga muito, é um atleta de altíssimo nível”, e Douglas Costa só fez sua primeira jogada aos 18min. Aos poucos, o desenho tático se desarranjou.

A Rússia, que ficou com 30% da posse de bola, ajudou o Brasil ao apresentar um baixo nível técnico. Teve pouca saída de bola, e abusando de faltas mais duras. Aos 11min, Gabriel Jesus levou uma entrada dura no tornozelo que o deixou mancando. Deu seu primeiro chute a gol com 28 min e, em um erro de Daniel Alves, deu o segundo e perigoso chute aos 31min, para defesa de Alisson. O time aproveitou desatenção da zaga brasileira em mais duas oportunidades em que ficou na cara do gol, mas perdeu as chances de gol.

“Saio feliz pelo desempenho. A Rússia agrediu também, gerando dificuldades. Agrediu mais do que a Inglaterra. A equipe teve a capacidade de manter o nível de concentração alto contra uma linha de cinco [defensores]”, afirmou Tite. Para ele, envolver a Rússia no primeiro tempo ajudou a desconstruir a marcação do time aos poucos. “Você vai minando o adversário, rodando a bola. Eles têm força de marcação, mas uma hora vai baixar a guarda. É como no boxe, você vai dando um jab, um jab.”

No segundo tempo, a equipe de Tite voltou com a mesma formação no segundo tempo, mas claramente com o ânimo renovado. Pressionou de saída, e logo no primeiro lance Paulinho obrigou uma defesa de Akinfeev. Logo na sequência, a zaga russa quase marcou, com o goleiro espalmando para fora. O primeiro gol viria a seguir.

Miranda abriu o placar aos 8min, escorando uma bola defendida por Akinfeev que Thiago Silva havia cabeceado, após cruzamento de Willian. O time cresceu de produção, quase marcando novamente aos 15min e chegando ao gol aos 17min, quando Paulinho foi derrubado na pequena área. Philippe Coutinho cobrou com uma ameaça de paradinha, deslocando o goleiro.

Sem muitas opções, a Rússia tirou o volante Glushakov e colocou o atacante Mirantchuk. Não resolveu muito: aos 21 minutos Paulinho cabeceou sozinho na área um cruzamento de Willian.

A partir daí, o Brasil passou a dominar o jogo, apesar de oportunidades ocasionais constantemente desperdiçadas pelos russos —apenas Akinfeev se destacou, com boas defesas, apesar dos gols sofridos.

Coutinho preferiu não avaliar sua atuação, apenas ressaltando que já havia jogado assim no Liverpool. “Eu não gosto de falar do meu desempenho, e sim do time. Tivemos um primeiro tempo bastante difícil, mas fizemos ajustes e conseguimos clarear o jogo”, afirmou. Ele disse que Tite pediu que ele e Paulinho recuassem um pouco, jogando atrás da linha de quatro meio campistas russos.

Tite aproveitou para trocar peças e fazer testes individuais. Gabriel Jesus cedeu a vaga a Roberto Firmino —que igualmente não se destacou. Paulinho deu lugar a Renato Augusto, Taison entrou no posto de Willian. O lateral Daniel Alves foi substituído por Fágner. O treinador ainda trocou Miranda por Geromel, e Coutinho por Fred.

O Brasil enfrenta na próxima terça (27) a Alemanha em Berlim, o primeiro embate entre os times desde o fatídico 7 a 1 da semifinal da Copa de 2014. Tite diz que é importante enfrentar os alemães. “O jogo do 7 a 1 foi o último que aconteceu. Isso é uma etapa que passou. Mas é um período de construção, e é importante jogar contra a Alemanha pelo psicológico. O que queremos fazer com a Alemanha é jogar futebol.”

FRIO

Após um dia que teve neve durante quase toda a manhã e parte da tarde, a temperatura e o clima ficaram mais amenos na hora do jogo. Sem neve e com o termômetro variando entre 1 grau positivo e zero grau, o cenário ficou menos complexo para os jogadores, apesar de a sensação térmica ter ficado em até 7 graus negativos. O vento que castigava a região do Lujniki também deu uma trégua.

Cerca de 60 mil torcedores foram ao jogo. Fora do estádio, o policiamento era intenso, com diversas unidades das forças de segurança russa em ação. Havia policiais e membros da temida unidade de choque Omon circulando.

O trânsito estava bloqueado num raio de cinco quadras de distância para ordenar o acesso ao complexo esportivo. Havia pouca sinalização em inglês além daquela fixa do Lujniki, mas os voluntários bilíngues da Copa estavam presentes em bom número.

Dentro do estádio, a internet gratuita oferecida ao torcedor não funcionava de modo adequado. O som dos alto-falantes, que no amistoso entre Rússia e Argentina estava muito baixo, fazia tremer as arquibancadas de tão alto.

O tom nacionalista russo, exacerbado devido à campanha eleitoral de Vladimir Putin, encerrada com previsível vitória domingo passado, foi marcado na hora do hino russo: uma faixa dizendo que “Somos parte de uma pátria grandiosa”.

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