Presidente das Filipinas chama Deus de ‘estúpido’
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, famoso por ter xingado o Papa Francisco e líderes mundiais como o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, causou nova indignação ao chamar Deus de “estúpido” no maior país católico da Ásia.
O senador da oposição Antonio Trillanes IV rebateu na segunda-feira (25) descrevendo o presidente como “um homem mau” e suas declarações como “muito consistentes com a falsidade, falta de coração e crueldade de suas políticas”. Mesmo alguns dos aliados políticos de Duterte o criticaram.
Um bispo católico, Arturo Bastes, chamou o presidente um “louco” e instou os filipinos a rezarem por um fim às “declarações blasfemas e tendências ditatoriais” de Duterte.
“A declaração de Duterte contra Deus e a Bíblia revela novamente que ele é uma aberração psicológica, um psicopata, uma mente anormal que não deveria ter sido eleita como presidente de nossa nação civilizada e cristã”, disse Bastes.
Outro bispo, Ruperto Santos, disse que o presidente ultrapassou os limites.
Duterte questionou em um discurso televisionado na sexta-feira (22) a história da criação do homem e perguntou porque Deus criou Adão e Eva apenas para permitir que eles sucumbissem à tentação que destruiu sua pureza.
“Quem é esse Deus estúpido? O filho da p… é então realmente estúpido”, disse o líder de 73 anos, conhecido por suas declarações públicas desconexas. “Como você pode racionalizar um Deus? Você acredita?”
Duterte lamentou que o pecado de Adão e Eva na teologia cristã resultou em todos os crentes caindo da graça divina. “Você não esteve envolvido, mas agora você está manchado pelo pecado original… que tipo de religião é essa? Isso é o que eu não consigo aceitar, proposta muito estúpida”, disse.
O senador Panfilo Lacson, um ex-chefe da polícia nacional, disse que muitas vezes apoiou as políticas de Duterte, mas que após as declarações do presidente contra Deus, “a quem rezo todos os dias e com quem encontrou consolo e conforto em todos os meus momentos difíceis, nem tenho que pensar sobre minha decisão”.
“Que meu Deus o perdoe e o faça expiar todos os seus pecados”, disse Lacson.
O porta-voz de Duterte defendeu suas declarações, dizendo que o presidente tem o direito de expressar sua opinião sobre religião e citando sua prévia revelação de que ele uma vez foi abusado sexualmente por um padre quando era um estudante.
Duterte enfatizou isso em outro discurso na segunda-feira. “Por que vocês me liga a algo muito estúpido? Eu recebi minha própria mente de Deus ”.
Duterte chocou os filipinos católicos em 2015 quando ele xingou o Papa Francisco por ter provocado um trânsito monstruoso em Manila. Ele depois se desculpou, mas tem repetidamente atacado bispos e a igreja católica dominante, que critica sua sangrenta política contra as drogas.
Obama, que também chamou atenção para o elevado número de mortes causado pela política de Duterte, foi outro alvo da língua afiada do líder filipino. Ele uma vez disse que o então presidente americano deveria “ir para o inferno”.
G1