Pesquisa: 20% dos pequenos empresários atrasam pagamentos
Além dos custos com o pagamento do décimo terceiro e outras despesas características dessa época, o final de ano também traz para os empresários a necessidade de fazer uma análise sobre o desempenho de seus negócios ao longo do ano. Foi o que propôs uma pesquisa realizada pelo Sebrae nacional com 5,8 mil micros e pequenos empresários de todos os estados brasileiros, incluindo a Paraíba, que avaliaram a situação de suas empresas no final de 2018. Segundo os números, 24,7% dos entrevistados ouvidos admitiram que este ano atrasaram algum pagamento por mais de três meses.
Números
Entre os itens que integram a pesquisa, um deles abordou a questão do atraso de pagamentos durante 2018. Quando a pergunta foi se o empresário estava, no momento da entrevista, com algum débito pendente há mais de três meses, 15,2% responderam que sim. Quanto aos motivos para o atraso, 90,7% dos empresários com algum débito atribuem à pendência financeira a crise econômica, enquanto que todos os demais motivos citados, como problemas bancários, falha de comunicação com o credor ou esquecimento, somam apenas 8%.
Motivos
Para a analista do Sebrae Paraíba e gestora dos projetos de serviços financeiros da instituição, Márcia Timotheo, os dados sobre atraso de pagamentos podem refletir, em parte, falhas no controle de pagamentos e do fluxo de caixa da empresa. Por essa razão, segundo ela, é fundamental ter uma boa gestão financeira do negócio, para evitar que os atrasos tragam complicações financeiras ainda maiores, como o acúmulo de juros e multas.
Ainda sobre a gestão financeira de pequenos negócios, a analista do Sebrae alerta os empreendedores para alguns dos pontos que devem ser constantemente analisados para manutenção do equilíbrio de uma empresa. “Em relação às dívidas, é preciso analisar se o negócio está dando lucro e qual a capacidade que a empresa tem para pagar suas despesas. Se estiver no vermelho, o empresário tem que definir prioridades, levando em consideração o custo de cada dívida e o risco do não pagamento”, pontuou.
Ela também lembra que “é importante analisar os custos, verificando se contribuem para o ganho do negócio ou para os clientes, ou se são improdutivos e se existe desperdício. Nesse caso, alguns cortes podem gerar bons resultados”.
Organização
Outra dica importante, especialmente para quem busca começar o ano novo com as finanças organizadas, é realizar um planejamento que tenha como ponto de partida o desempenho da empresa em 2018, levando em consideração, além da gestão financeira, as inovações que podem ser introduzidas no negócio.
“Em resumo, o empresário deve sempre ter um bom controle financeiro, com destaque para o fluxo de caixa, separar bem as contas pessoais das contas do negócio, ter um rigoroso controle dos custos, tentar compatibilizar as datas dos pagamentos das mercadorias e insumos com as datas do recebimento das vendas, priorizar o pagamento das dívidas que tem um custo maior e buscar aumentar as receitas, inovando e acompanhando as tendências do mercado”, concluiu Márcia Timotheo.