Morre terceiro indígena ferido em confronto na Venezuela
O indígena venezuelano Jorge Javier Gonzalez Parra, de 40 anos, morreu neste domingo (3) no Hospital Geral de Roraima (HGR), onde estava internado desde 23 de fevereiro.
Ele foi a terceira pessoa a morrer após confronto entre indígenas da comunidade San Francisco de Yuruaní e venezuelanos em 22 de fevereiro, quando Nicolás Maduro determinou o fechamento da fronteira entre a Venezuela e o Brasil.
Parra chegou ao hospital com traumatismo craniano grave. A causa da morte foi choque neurogênico (dilatação dos vasos sanguíneos em função de uma lesão na medula), segundo o HGR.
Na manhã deste domingo, o pai e a irmã de Parra haviam chegado a Pacaraima após uma viagem de 11 horas de carona e a pé a partir de Upata, na Venezuela, um percurso de 550 quilômetros. Ao chegarem ao hospital, por volta das 15h30, foram informados da morte de Parra.
No sábado, Rolando Garcia Martinez, de 52 anos, havia morrido de complicações por ferimento por arma de fogo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima (Sesau-RR). Outros 18 venezuelanos seguem internados no hospital.
Kliver Alfredo Perez Rivero, de 24 anos, havia morrido em 27 de fevereiro. Ele também havia sido ferido a tiros.
O confronto ocorreu em Kumarakapay, localidade a cerca de 80 km da fronteira com o Brasil.
Fronteira fechada
A fronteira entre Brasil e Venezuela, que separa as cidades de Pacaraima e Santa Elena de Uairén, permanece fechada.
O bloqueio é feito pela Guarda Nacional Bolivariana, por ordem de Nicolás Maduro, que rejeita ajuda humanitária oferecida pelo Brasil em cooperação com os EUA.
Até o domingo (24), somente ambulâncias passavam pelo bloqueio. No entanto, após negociações do governo brasileiro, turistas brasileiros e pessoas cirurgias na Venezuela começaram a voltar para o Brasil.
No anúncio, feito de Caracas, o líder chavista afirmou que a passagem entre os países ficaria “fechada total e absolutamente até novo aviso”.
A fronteira com a Colômbia também foi fechada por ordem de Maduro. “Nunca antes um presidente da Colômbia havia caído tão baixo e feito o que fez contra a Venezuela como o senhor Duque”, disse o venezuelano comparando o presidente colombiano, Iván Duque, ao “diabo”.
O Brasil e a Colômbia reconhecem o presidente autoproclamado Juan Guaidó como líder da Venezuela.