Xvideos: Site pornô mais acessado do Brasil vira plataforma para pirataria de filmes e séries.
Com média de 10 milhões de visitas por dia apenas no Brasil, o site pornográfico Xvideos passou a ser usado como plataforma para piratear filmes e séries que não são voltados para o mercado adulto. Produções vencedoras do último Oscar, como Nasce uma Estrela, Bohemian Rhapsody e o último Homem-Aranha, têm cópias disponibilizadas de forma ilegal por usuários desse YouTube do pornô.
Os Vingadores Utimato que está em cartaz e lidera as bilheterias ao redor do mundo há duas semanas, também têm versões dubladas e gravadas em baixa qualidade (de dentro de uma sala de cinema) disponíveis no Xvideos. Os dois vídeos disponíveis já têm mais de 30 mil visualizações somadas do Filme Vingadores: Ultimato
O Xvideos funciona como um YouTube da pornografia. Ao se cadastrar e criar uma conta, o internauta pode fazer upload de vídeos. Apesar de o conteúdo ser majoritariamente direcionado ao público adulto, alguns dos usuários, tanto do Brasil quanto de outros países, estão agindo de forma ilegal ao piratear materiais da indústria audiovisual protegidos por direitos autorais.
Além dos filmes do Oscar, há outras opções de longas que fizeram sucesso no cinema: Creed II, produção mais recente da franquia de Rocky Balboa, Rampage – Destruição Total, protagonizado por Dwayne “The Rock” Johnson, e Uma Dobra no Tempo, da Disney, são algumas das obras pirateadas por usuários do Xvideos.
Séries também estão no “cardápio” da ilegalidade do site adulto. No entanto, versões dubladas ou legendadas em português são raras em comparação com os filmes. Opções com áudio original em inglês ou com legendas em espanhol são mais comuns. O internauta encontra episódios completos de The Walking Dead, Flash, O Justiceiro, Supernatural, Arrow e The Umbrella Academy.
Assim como no YouTube, se o proprietário do conteúdo fizer uma denúncia reivindicando os direitos autorais, no Xvideos o material é removido depois de uma análise.
Entidade condena pirataria
De acordo com o FNPC (Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade), o setor audiovisual perde cerca de R$ 3,6 bilhões por ano com a pirataria. Existem 400 sites que disponibilizam conteúdo ilegalmente, oferecendo mais de 13 mil títulos nacionais e estrangeiros, incluindo lançamentos que ainda estão no cinema. Segundo o último levantamento, entre dezembro de 2015 e maio de 2016, essas plataformas receberam 1,7 bilhão de visitas.
O presidente do fórum, Edson Luiz Vismona, acredita que o combate a esse tipo de prática será mais efetivo se o projeto de lei do Senado nº 169, de 2017, for aprovado. Uma das propostas do texto em tramitação em Brasília é bloquear sites que incentivem ou promovam a prática da pirataria.
“Esse projeto de lei dá ainda mais força para as ações de combate à divulgação de práticas criminosas nos sites, que se aproveitam disso para promoverem esse tipo de ação de download de filmes e outras práticas até mais nocivas”, afirma Vismona.
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