Vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela é preso
O vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o oposicionista Edgar Zambrano, foi preso na noite de quarta-feira (8) por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência).
Uma ordem de prisão havia sido emitida pela Justiça na semana passada. Zambrano é acusado de “traição à pátria”.
Número dois de Juan Guaidó na assembleia, Zambrano pertence ao tradicional partido Ação Democrática, e estava em sua sede quando os agentes chegaram.
O próprio Zambrano avisou pelas redes sociais que estavam cercando o local, atraindo a atenção de vários jornalistas locais, que puderam fazer imagens.
“Fomos surpreendidos pelo Sebin e, ao nos negarmos a sair do veículo, usaram um guincho para nos trasladar de maneira forçosa até o Helicoide”, escreveu Zambrano em uma rede social. “Os democratas nos mantemos de pé, em luta.”
A Justiça venezuelana está com outras 11 ordens de prisão de deputados da assembleia ligados a Guaidó, entre eles o organizador da Operação Liberdade, Juan Andrés Mejía.
O deputado Carlos Prosperi, colega de partido de Zambrano, falou a jornalistas do lado de fora da sede do partido momentos depois do vice-presidente ser levado.
“O que acaba de acontecer é um sequestro do nosso vice-presidente da Assembleia Nacional”, disse. Segundo Prosperi, vários membros da sigla estavam deixando o local após uma reunião e Zambrano foi o último a sair.
Ele teria sido cercado a aproximadamente 50 metros da sede pelo Sebin, que tentou forçar a abertura das portas do veículo. “Tentamos chegar até onde ele estava, mas nos impediram, trouxeram um guincho e seu carro foi levado ao Helicoide”, contou o deputado.
Ele afirmou que não sabe se Zambrano foi ferido. “Responsabilizamos o Estado pela integridade física dele”, acrescentou.
Mariela Magallanes, por exemplo, se refugiou na residência do embaixador da Itália em Caracas.
“Tenho de tomar precauções porque estamos falando não de um governo, mas de uma corporação criminosa”, afirmou por sua vez o deputado Américo De Grazia.
A embaixada dos Estados Unidos na Venezuela, atualmente com sede em Washington, afirmou que Zambrano foi detido arbitrariamente e que sua prisão era “ilegal e inescusável”.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, disse que a entidade exigia “que o Sebin pare com a intimidação e respeite as imunidades parlamentares dos deputados”, além de pedir pela soltura imediata do vice-presidente da Assembleia Nacional.
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