Um hacker invadiu o celular do ministro Sergio Moro(Justiça) nesta terça-feira (5).
O ex-juiz federal teve de cancelar a linha. A Polícia Federal investiga o caso. O setor de tecnologia da pasta também foi acionado para ajudar a apurar de onde o ataque partiu.
O autor da invasão ficou por cerca de seis horas utilizando aplicativos de mensagens de Moro. O ministro recebeu uma ligação por volta das 18h, do seu próprio número, o que estranhou. Ele atendeu, mas não havia ninguém do outro lado da linha.
Em seguida, foi informado de mensagens que estavam sendo trocadas pelo Telegram. O hacker usou o aplicativo até pelo menos 1h da manhã.
Essa não é a primeira vez que um ministro tem o celular invadido. No ano passado, ainda no governo de Michel Temer, os ex-ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) também foram vítimas de golpes cibernéticos semelhantes.
Naquele caso, estelionatários enviaram mensagens dos celulares de ambos pedindo empréstimos.
Em julho, duas pessoas foram presas sob suspeita de participarem do golpe.
SEGURANÇA DO PRESIDENTE
O caso reacende a polêmica sobre a segurança cibernética do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que costuma usar o aplicativo WhatsApp para tratar de assuntos de governo.
O aplicativo é acessado por Bolnaro de um aparelho celular comum, já que não é possível fazê-lo do telefone criptografado fornecido pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O dispositivo, chamado TCS (Terminal de Comunicação Segura), é entregue aos mandatários do país para que eles o utilizem para tratar de assuntos de interesse público.
O aparelho só permite a comunicação criptografada com outros aparelhos similares e não possibilita a instalação de aplicativos como WhatsApp, Twitter e Instagram, que são bastante acessados por Bolsonaro. O Twitter, por exemplo, é utilizado por ele para fazer anúncios oficiais.
Para eles, apesar de ser prático, o aplicativo de mensagens não é seguro o suficiente para garantir o sigilo absoluto das informações compartilhadas.
O receio maior é de que o presidente se descuide e acabe utilizando a tecnologia em despachos com a equipe ministerial, trocando informações sensíveis que possam colocar em risco a sua própria segurança e prejudiquem iniciativas do governo.
A avaliação também é feita por assessores presidenciais, para os quais o WhatsApp não é totalmente confiável. Eles dizem, porém, que Bolsonaro tem evitado compartilhar conteúdo confidencial pelo aplicativo de mensagens.
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