EUA vão desenvolver novos mísseis após saída de acordo nuclear com Rússia
Os Estados Unidos vão acelerar o desenvolvimento de novos mísseis após saírem do tratado de desarmamento nuclear com a Rússia nesta sexta (2), informou o Pentágono.
“Agora que nos retiramos, o Departamento de Defesa continuará plenamente com o desenvolvimento destes mísseis convencionais lançados a partir do solo, como uma resposta prudente às ações da Rússia”, declarou o secretário de Defesa, Mark Esper.
A Rússia também formalizou sua retirada do acordo nesta sexta. Na prática, isto acaba com o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), que proibia o uso de mísseis disparados a partir da terra com alcance entre 500 e 5.500 km. Com isso, as duas nações ficam legalmente livres para produzir esse tipo de armamento.
Os mísseis banidos pelo acordo viajam a velocidades subsônicas e de forma “inteligente”, desviando de obstáculos e muito próximo do solo, o que os torna difíceis de serem detectados por defesas inimigas.
O chefe do Pentágono afirmou que os americanos começaram a pesquisar sobre estes sistemas de mísseis em 2017, enquanto permaneciam no acordo com a Rússia. Mas, segundo o secretário de Defesa, “estes programas estão nas etapas iniciais”, já que os EUA cumpriram suas obrigações com o tratado de 1987 até se retirarem formalmente.
Moscou disse que Washington está cometendo um “grave erro” ao se retirar do tratado e insistiu que os Estados Unidos abandonaram o acordo em seu próprio benefício.
O INF foi assinado em 1987 pelos então presidentes Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchov e era considerado a pedra angular do controle de armas militares a nível global.
O INF levou à eliminação de 1.846 ogivas soviéticas e 846 americanas até 1999 e permitiu a retirada dos projéteis balísticos SS20 russos e Pershing americanos espalhados pela Europa.
No entanto, outros países seguiram desenvolvendo armas como essas. Ao sair do tratado, os EUA ficam livres para criar abertamente armas capazes de confrontar os mísseis já desenvolvidos por China, Arábia Saudita, Irã, Israel, Índia e Paquistão, entre outros.
FOLHA