Flamengo “joga à Gabigol”, atropela o Grêmio em nove minutos e acorda no Brasileirão
Num passado não muito distante, a expressão “jogar à Flamengo” virou definição de um futebol bonito e vencedor. A beleza se foi, o favoritismo absoluto também, mas faltando seis rodadas para o fim do Brasileirão, a vitória sobre o Grêmio deixa uma lição: se não dá para encantar, é preciso competir. É preciso “jogar à Gabigol”.
Analisar a virada a jato, com três gols em nove minutos, no 4 a 2 da noite de quinta-feira em Porto Alegre vai além de questões meramente táticas ou técnicas. Passa muito pelo estado anímico de um Flamengo que se acostumou a sobrar na turma e parece perdido quando precisa fazer força para vencer no Brasileirão. E é aí que Gabriel transcende os 22 gols e 12 assistências em 37 jogos na temporada.
Quando Rogério Ceni é tão criticado pela substituição na derrota para o Athletico-PR e justifica com deficiências defensivas do atacante, é preciso entender: não é apenas o que ele é capaz de fazer para o time. É também o que ele é capaz de fazer com o time. E o que se viu na Arena do Grêmio sintetiza isso.
O tão criticado Flamengo de Rogério está longe de ser um time bagunçado, não é um time sem repertório e muito menos é pior do que os concorrentes pelo título. As tantas chances criadas e desperdiçadas mesmo em derrotas com cara de vexame como a do Ceará mostram isso. Falta, porém, jogar mais “à Gabigol”.