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Terremoto com epicentro na Guiana é sentido no Norte do Brasil

9226922_x720 Terremoto com epicentro na Guiana é sentido no Norte do Brasil

Um terremoto de magnitude 5,7 com epicentro na Guiana foi sentido por volta das 16h05 (horário de Brasília) deste domingo (31) na Região Norte do Brasil.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora atividades sísmicas por todo o mundo, o epicentro foi registrado a cerca de 40 quilômetros da fronteira da Guiana com Roraima, a uma profundidade de 9,7 km— considerada relativamente rasa, e, portanto, com maior potencial de ser percebido pelos moradores da região afetada.

Moradores de Boa Vista, Manaus e da cidade de Georgetown, capital da Guiana, registraram o tremor. Também há relatos de abalo na Venezuela e no Suriname. No Brasil, além de Roraima e Amazonas, o USGS estima que o noroeste do Pará tenha sentido o terremoto.

Até a última atualização desta reportagem, não havia informação sobre danos graves a estruturas ou sobre feridos por eventuais desabamentos. Em Roraima, o Corpo de Bombeiros afirmou que vai permanecer em alerta nas próximas 24 horas monitorando “qualquer anormalidade”.

Ainda segundo o USGS, a cidade mais próxima do epicentro do tremor é a guianense Lethem, a 83 km do ponto central dos abalos. A localidade fica separada por uma ponte do município brasileiro de Bonfim (RR), a única ligação terrestre possível entre Brasil e Guiana.

O que explica esse terremoto?

A região norte do Brasil não fica em áreas de encontro entre placas tectônicas, responsáveis pelos terremotos mais graves no mundo. É diferente, por exemplo, do Círculo de Fogo do Pacífico, onde há esses encontros que geram fortes tremores todos os anos e intensa atividade vulcânica que afetam países como o Chile, a Nova Zelândia, a Indonésia, o Japão e a Califórnia, nos EUA.

Então, o que teria causado o terremoto deste domingo? A explicação, segundo o professor George Sand de França, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), está nas falhas geológicas que existem na região das Guianas.

Falhas são fraturas na crosta que, segundo o especialista, sofrem pressão e podem se movimentar. “Nessa região tem uma zona de falha mapeada conhecida com Zona de Falha de Rio Branco que pode ser região propícia a sofrer movimentação”, explica.

“Essa movimentação é pequena comparada ao movimento dos limites das placas, mas suficiente para gerar terremotos com essa magnitude. Esse tremor foi bem forte e pode atingir um raio sentido com distancia de 300 km”, detalha o professor.

‘O forro da casa começou a balançar’

Morador de Boa Vista, Luciano Sobral, de 28 anos, estava na casa de um amigo quando sentiu o tremor. Segundo ele, uma rachadura existente na parede do imóvel ficou ainda maior depois do terremoto.

“O forro da casa começou a balançar me levantei e sai correndo junto com o meu amigo assutado para fora da casa. Ninguém sabia o que estava acontecendo. Olhamos depois para a parede e vimos a rachadura bem maior”, disse Sobral.

Em Rorainópolis (RR), a moradora Rosilene dos Santos também estava dentro de casa quando sentiu o tremor. “Passei mal, me deu tontura e um nervoso, porque eu senti nas outras vezes em que o chão tremeu. Olhei para o sofá e não tinha ninguém empurrando”, disse.

“Senti o balançar e falei ‘a terra está tremendo’ e comecei a imaginar que ia demorar a passar, mas graças a Deus passou logo” relatou Rosilene.

‘Foi um pânico’

Em Manaus, o administrador de empresas Leonardo Rangel, de 29 anos, ele estava no apartamento em que mora com a esposa, no 16º andar de um condomínio na Zona Centro-Sul de Manaus. Por volta de 15h15 (horário local, 16h15 em Brasília), eles sentiram o tremor.

“Eu estava no sofá e senti uma tontura. Pensei que estava passando mal. Eu olhei para o lustre e vi que estava balançando muito. Olhei pra ela e perguntei se estava sentindo alguma coisa e ela falou que também estava sentindo balançar”, disse Rangel.

O casal contou que olhou pela janela e viu moradores de outra torre falarem para evacuar o prédio, pois a estrutura estava balançando.

“A gente desceu correndo. Não conseguiu pegar máscara, a gente até desceu descalço. A recomendação era de não usar o elevador, tivemos que descer pela escada. Foi um pânico”, relatou o administrador.

A servidora estadual Camila Farias, de 32 anos, contou que está grávida e achou que estava tendo um pico de pressão. Ela estava com a sobrinha no apartamento em que mora e ambas sentiram que era o prédio que tremia.

“Só deu tempo de correr com a roupa do corpo, peguei uma toalha e meus bichos. Fomos as primeiras a descer, quando acionou o alarme para todo mundo descer foi uma correria, todo mundo descendo com seus animais. A gente ficou aqui na rua do jeito que estávamos”, disse.

G1
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