Paraíba

Pesquisa da UFPB aponta que segunda onda da covid-19 na Paraíba somou mais de 100 mil casos em 99 dias

0.74159400_1573814385_gettyimages-1016687670 Pesquisa da UFPB aponta que segunda onda da covid-19 na Paraíba somou mais de 100 mil casos em 99 dias

A velocidade com a qual se atingiu o patamar de casos e óbitos da primeira onda em apenas 99 dias impressiona. A rapidez com que novos casos e óbitos gerados pela Covid-19 vêm ocorrendo, na Paraíba, nesta segunda onda da pandemia, foi comprovado em um estudo realizado pelo Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional da Universidade Federal da Paraíba (Labimec/UFPB) e publicado nesta quarta-feira (17).

De acordo com o levantamento, que o ClickPB teve acesso, na primeira onda (período de março a novembro de 2020), foram 133.379 casos confirmados no Estado em 232 dias. Já na segunda onda, em apenas 99 dias foram 100.875 casos confirmados. Quanto ao número de novos óbitos, a segunda onda na Paraíba já alcançou o pico registrado na primeira, veja no gráfico:

grafico-novos-casos-e-obitos-covid Pesquisa da UFPB aponta que segunda onda da covid-19 na Paraíba somou mais de 100 mil casos em 99 dias

Já foram 1.537 mortes registradas em 101 dias, o que representa uma taxa de 15 mortes diárias, contra aproximadamente 13 óbitos por dia, no primeiro período da pandemia, quando ocorreram 3.295 mortes em 259 dias.

Para o coordenador do Labimec e professor do Departamento de Economia da UFPB Cássio Besarria, a velocidade com a qual se atingiu o patamar de casos e óbitos da primeira onda impressiona. A curva de casos e mortes cresce – 1.483 novos casos e 35 novos óbitos confirmados na Paraíba somente no dia 11 de março – após dois fatos que ocorreram no último mês de fevereiro: a confirmação da presença de uma nova variante do vírus no Estado, seguida do feriado de carnaval, com a presença da população em praias, por exemplo.

Para o pesquisador, a mobilidade urbana na semana do carnaval foi determinante para essas estatísticas. “Não houve um carnaval oficial, mas houve um paralelo, o que sugere que essa semana teve um efeito decisivo para o que estamos vendo hoje. Hoje o cenário é muito pior. Na primeira onda se falava em possibilidade de colapso do sistema de saúde. Hoje estamos vendo esse colapso”, ressaltou Besarria.

Os dados do estudo foram apresentados pelo professor Cássio Besarria em uma reunião realizada nesta quarta-feira (17), de forma remota, entre representantes dos centros de ensino de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), de Tecnologia (CT) e de Ciências da Saúde (CCS) da UFPB.

O evento, coordenado pela presidente da Comissão de Biossegurança do CCSA, professora Márcia Fonseca, teve o intuito de discutir o planejamento do retorno das atividades presenciais nos referidos centros, considerando o atual cenário epidemiológico no Estado e no Brasil.

O Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional da Universidade tem acompanhado o cenário da pandemia na Paraíba há um ano. Os dados gerados pelos pesquisadores englobam, além de número de casos e de mortes em virtude da doença, aspectos como ocupação de leitos no Estado e mobilidade urbana (em praias, supermercados ou farmácias, por exemplo) durante o período de distanciamento social. Mais informações sobre essa e outras pesquisas desenvolvidas pelo Laboratório podem ser acessadas pelo Instagram @labimec.

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