Morre aos 99 anos o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II
Morreu nesta quinta-feira, aos 99 anos, o príncipe Philip, marido da rainha britânica Elizabeth II. A informação foi confirmada pelo Castelo de Windsor, que não revelou a causa da morte.
O Duque de Edimburgo, casado com Elizabeth II desde 1947, completaria 100 anos em 10 de junho.
“É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anunciou a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo. Sua Alteza Real faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor”, informou a família real britânica, em sua conta no Twitter.
Entre fevereiro e março, Philip passou quatro semanas internado em hospitais de Londres para tratamento de uma infecção e para fazer um procedimento cardíaco. Ele havia recebido alta hospitalar no dia 16.
Em breve entrevista coletiva, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, agradeceu a contribuição do príncipe Philip aos países que formam o reinado. “Nós agradecemos como nação pela vida do príncipe Philip”, disse Johnson.
Filho do príncipe André da Grécia e Dinamarca e da princesa Alice de Battenberg, Philip Mountbatten nasceu na Grécia como membro das famílias reais grega e dinamarquesa, além de seu parentesco com diversas outras linhagens reais da Europa.
Batizado na Igreja Ortodoxa Grega, ainda com um ano de idade Philip foi forçado a deixar a Grécia juntamente com sua família durante a Revolução de 11 de Setembro de 1922, contrária à monarquia. Na infância e juventude, foi enviado para estudar em diferentes países europeus e, por certos períodos, teve contato reduzido com seus pais.
Seu pai, André, morreu em 1944, aos 62 anos, enquanto a mãe, Alice, morreu em 1969, aos 82 anos.
Em 1939, na Inglaterra, Philip ingressou na Marinha Real Britânica, onde se formou na Real Escola Naval de Dartmouth como um cadete de destaque em sua turma. Naquele mesmo ano, teve início a Segunda Guerra Mundial, na qual o nobre serviu no Mediterrâneo e no Pacífico e se envolveu em batalhas.
Ele esteve presente na baía de Tóquio em 1945, quando a rendição do Japão foi assinada.
Já no período de cadete, Philip começou a se corresponder com a então princesa Elizabeth, filha mais velha e herdeira do rei George VI. Os dois se conheceram durante uma visita da realeza britânica à Real Escola Naval de Dartmouth, quando Elizabeth tinha 13 anos e Philip, 18.
A partir de então, os dois começaram a trocar cartas com consentimento do rei George VI. Logo após a Guerra, em 1946, Philip pediu a mão de Elizabeth em casamento, mas, após solicitação do rei, aguardou até o ano seguinte, quando a princesa completou 21 anos, para oficializar o noivado.
Philip abdicou título de nobreza de Grécia e Dinamarca
Em 1947, Philip abdicou de seu título de nobreza na Grécia e na Dinamarca, se naturalizou cidadão britânico e adotou o sobrenome Mountbatten, de sua família materna. No mesmo ano, foi aceito na Igreja Anglicana e se casou com Elizabeth, passando receber o tratamento de “Sua Alteza Real” e o título de Duque de Edimburgo, entre outros.
Após o casamento, Philip voltou para a marinha, onde chegou ao posto de comandante, e o casal teve seus dois primeiros filhos já nos anos seguintes: Charles, em 1948, e Anne, em 1950.
Em 1952, quando Philip e Elizabeth se encontravam em viagem ao Quênia, foram comunicados do falecimento do Rei George VI, aos 56 anos, por uma trombose coronariana durante o sono, após anos de problemas de saúde.
O casal voltou, então, ao Reino Unido, onde a princesa seria coroada a rainha Elizabeth II e Philip passaria a ser o consorte real – o cônjuge do monarca reinante. Desde então, o primeiro nome da linha de sucessão para o trono é o príncipe Charles, primogênito do casal.
Os dois ainda teriam dois outros filhos: Andrew, nascido em 1960, e Edward, em 1964.
Como consorte da rainha, Philip, ao longo dos quase setenta anos seguintes à coroação, passou a acompanhar Elizabeth em diversas cerimônias dentro e fora do Reino Unido, além de servir à Coroa em outras funções.
Ao longo das décadas a imprensa noticiou crises no casamento de Elizabeth e Philip, que teriam motivações diversas, como o descontentamento do Duque de Edimburgo por deixar o Exército para se dedicar ao posto de consorte real — situações negadas pela realeza.
Outras polêmicas envolveram seu nome, como uma acusação de Mohamed al Fayed, pai de Doddi (namorado da princesa Diana na época de sua morte) de que Philip estaria por trás do incidente que matou seu filho e Lady Di, alegação que nunca foi sustentada com provas.
Em 2017, aos 96 anos, Philip anunciou que deixaria de participar de eventos oficiais, mas que seguiria como uma voz ativa no reinado de Elizabeth.