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Táxis tailandeses viram hortas após queda na demanda durante pandemia

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Taxistas tailandeses decidiram transformar seus carros em pequenas hortas após a baixa oferta por clientes durante o isolamento social devido a pandemia do coronavírus. As plantações foram feitas esta semana por trabalhadores de duas cooperativas de táxi.

Os jardins foram montados usando sacos de lixo estendidos sobre armações de bambu. No topo, os motoristas adicionaram terra e plantaram variedade de cultivos, como o tomate, pepino e vagem.

O resultado parece mais uma instalação de arte atraente do que um estacionamento, e isso é um dos objetivos: chamar a atenção para a situação dos motoristas de táxi e operadores que foram gravemente atingidos por medidas de bloqueio por cauda do coronavírus.

As cooperativas Ratchapruk e Bovorn Taxi agora têm apenas 500 carros restantes nas ruas de Bangkok, com 2.500 parados em uma série de locais da cidade, de acordo com o executivo de 54 anos Thapakorn Assawalertkul.

Sem renda

Com as ruas de Bangkok, capital da Tailândia, sem movimentação até recentemente, havia muita competição por poucos passageiros, resultando em uma queda na renda dos motoristas.

Muitos agora não podem fazer os pagamentos diários dos veículos, mesmo depois que a cobrança foi reduzida para 300 baht ($ 9,09), disse Thapakorn. Então eles foram embora, deixando os carros em longas filas.

Alguns motoristas entregaram seus carros e voltaram para suas casas nas áreas rurais quando a pandemia teve seu auge pela primeira vez em 2020 porque estavam com muito medo, relatou. Depois, com a segunda onda, desistiram do trabalho e devolveram seus carros.

“Alguns deixaram seus carros em lugares como postos de gasolina e nos chamaram para pega-los”, lembrou Thapakorn.

Com novos surtos do vírus este ano, as cooperativas perderam ainda mais trabalhadores, pois milhares de carros foram entregues por seus motoristas, diz.

As novas infecções na Tailândia atingiram pouco menos de 15.000 nos últimos dias, após ter um pico acima de 23.400 em meados de agosto.

O governo espera que o país esteja se recuperando dessa onda, que tem sido a mais letal até agora, sendo responsável por 97% do total de casos do país e mais de 99% de suas mortes. No total, a Tailândia confirmou 1,4 milhão de casos e mais de 14.000 mortes.

A situação deixou as empresas de táxi em perigo financeiro, lutando para pagar os empréstimos na compra de suas frotas. As cooperativas Ratchapruk e Bovorn devem cerca de 2 bilhões de baht (US$ 60,8 milhões), disse Thapakorn. O governo até agora não ofereceu nenhum apoio financeiro direto.

“Se não tivermos ajuda em breve, teremos problemas reais”, disse ele à Associated Press na quinta-feira (16)

Os jardins dos táxis não oferecem um fluxo de receita alternativa. Os funcionários das cooperativas, que deveriam aceitar cortes de salários, agora se revezam no cuidado das hortas recém-construídas.

“A horta é tanto um ato de protesto quanto uma forma de alimentar minha equipe durante este período difícil”, disse Thapakorn. “A Tailândia passou por turbulências políticas por muitos anos e uma grande enchente em 2011, mas os negócios nunca foram tão terríveis.”

G1

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