Dólar fecha em queda, mas sobe 0,91% na semana
O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (8), após quatro pregões seguidos de alta, com uma recuperação das commodities abrindo espaço para alguma tomada de fôlego de moedas emergentes.
A moeda norte-americana recuou 0,66%, cotada a R$ 4,7094. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou alta de 0,91% na semana. No mês, recua 1,05%. No ano, tem queda de 15,52% frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
Na agenda doméstica, o IBGE mostrou que a inflação acelerou para 1,62% em março, acima do esperado, atingindo 11,30% em 12 meses. Foi a maior taxa para meses de março em 28 anos.
Já são 7 meses seguidos com a inflação rodando acima dos dois dígitos, o que reforça as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 2022 para além de 13% ao ano.
“Hoje a tendência é o real se valorizar pelo IPCA ter vindo bem mais forte do que o esperado”, disse à agência Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. “O mercado está vendo que o IPCA não está cedendo, o que pode fazer o Banco Central elevar as taxas de juros um pouco mais”, o que é visto como amplamente favorável à moeda brasileira.
Juros mais altos no Brasil tornam a moeda local mais interessante para investidores que buscam rendimento em ativos mais arriscados.
O recuo do dólar frente ao real em 2022 tem sido favorecido pela disparada nos preços das commodities e perspectiva de manutenção de juros em patamares mais elevados no Brasil. O país possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
No exterior, os investidores seguiram monitorando a perspectiva de que o banco central dos Estados Unidos planeja ser agressivo em sua política monetária para combater a inflação.
A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) mostrou que as autoridades do BC dos EUA concordaram em começar a cortar o estoque de títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas do banco central em cerca de US$ 95 bilhões por mês. Isso é mais do que alguns investidores esperavam e quase o dobro do ritmo da última vez que o banco central americano encolheu seu balanço.
G1