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Dona de restaurante que serve chá de luxo já investiu R$ 24 milhões na bebida: ‘Missão é mostrar ao mundo’

WhatsApp-Image-2022-04-08-at-06.23.29-380x400 Dona de restaurante que serve chá de luxo já investiu R$ 24 milhões na bebida: 'Missão é mostrar ao mundo'

Para que um restaurante de luxo pudesse vender mais de 10 variedades raras de chá chinês, em Hong Kong, foi preciso investir o equivalente a quase R$ 24 milhões, conta ao g1 a fundadora, Wing Yueng.

Inaugurado em 28 de maio de 2021, o restaurante Glassbelly chamou a atenção nos últimos dias por ter entre suas iguarias o chá Niu Lan Keng Rou Gui.

Ele é conhecido por ser da família “oolong rochosos” e encontrado em um local de difícil acesso que fica dentro do parque nacional nas montanhas Wuyi, no leste da China. Sua porção mínima, de 25 gramas, custa US$ 4.560 — cerca de R$ 23 mil. O quilo sai por quase R$ 820 mil.

Segundo Wing, a venda desse tipo de chá tem como objetivo fazer com que sejam conhecidas as complexidades do seu processo e o sabor diferente que ele pode proporcionar.

“O chá oolong tem muito sabor e é o processo de fabricação de chá mais avançado. Historicamente da dinastia Sung, a montanha Wuyi é o melhor lugar para o cultivo deles. Ele tem muito mais complexidade no sabor e na estrutura, sendo um conceito semelhante ao vinho da Borgonha [região da França]”.

“Nossa missão, então, é mostrar ao mundo que o chá chinês premium é irresistível e muito complexo. É como o marketing do vinho: há um processo de aprendizagem para apreciar sabores e estrutura”, diz.

Do vinho ao chá

A empresária trabalhava há anos no ramo de vinhos quando decidiu mudar e investir em chás. Ela, então, percebeu que o conceito de comprar um chá caro não era visto da mesma forma que a compra de vinhos que têm preços exorbitantes.

Além disso, Wing constatou também a falta de um sistema de padronização no comércio, o que deixa mais difícil para os consumidores saberem o custo de um chá e se realmente ele é verdadeiro.

“Curiosamente, percebi que o chá chinês não estava sendo vendido na mesma ‘língua’ que o vinho. Ele está sendo vendido como há mil anos, ainda só pela história e sentimentos. O sistema de rotulagem está incompleto e não há regras a seguir. Muitos vendem chás alegando que são verdadeiros, mas na verdade não são”, diz.

Foi a partir disso que a empresária decidiu mudar a maneira de comercializar o chá chinês, tendo uma abordagem mais moderna e científica. Por isso, o restaurante vende aos clientes um conjunto de teste de chá ou até mesmo um kit de degustação profissional.

“Levamos muitos anos para construir nosso sistema de classificação de bons chás com cientistas e médicos. O maior investimento foi no método para distinguir a qualidade do chá pela degustação, que permite que todos possam diferenciar um chá bom e um chá ruim”, diz Wing.

Ela afirma vender, ao todo, 11 tipos de chá de rocha, um chá branco, dois chás pretos e um chá Puehr cru.

“Há sempre um grupo de pessoas com bom gosto e à procura de experiência. O produto mais vendido é o nosso perfume Osmanthus de nível básico do chá Rou Gui. E descobrimos que as pessoas com formação em vinho são mais fáceis de apreciar os diferentes níveis de qualidade do chá”.

G1

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