Após reunião, Bolsonaro e presidente da Hungria defendem ‘valores familiares’
O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, a presidente da Hungria, Katalin Novák. Em declaração no Palácio do Planalto, os dois destacaram pautas conservadores em comum, principalmente em defesa do cristianismo e do que consideram família tradicional.
Novák, que tomou posse em maio, é aliada política do primeiro-ministro do país, Viktor Orbán. O húngaro é um dos principais aliados internacionais de Bolsonaro e acompanhou a posse do brasileiro, em 2019. Bolsonaro retribuiu a visita em fevereiro deste ano.
— Temos muita coisa em comum, em especial a defesa dos valores familiares. Somos pela liberdade religiosa, pela liberdade da imprensa. E eu disse-lhe agora há pouco que tenho um rito de todo dia antes de levantar e antes de ir pra presidência, dobrar o joelho, rezar um pai nosso, e pedir para que o povo brasileiro não experimente as dores do comunismo — discursou Bolsonaro, no Planalto.
Em sua fala, Novák ressaltou a queda no número de casamentos no Brasil e disse que o governo precisa atuar nessa área.
— Destaquei ao senhor presidente Bolsonaro que devemos, sim, manter essa questão da formação de uma família no ponto central do governo, de modo que possamos prover apoio às pessoas que queiram estabelecer uma família.
A presidente húngara também declarou famílias são formadas apenas por um homem e uma mulher e que a solução contra a queda da natalidade não pode ser por meio da imigração. A oposição a migrantes e refugiados, especialmente muçulmanos, e aos direitos LGBTQ são dois dos pilares do discurso político de Órban.
— Nós acreditamos que a mãe é mulher e que o pai é homem, e não aceitamos outro tipo de justificativa. Considerando o fato que são sociedades cristãs, também não achamos que podemos resolver essa questão de redução da população com soluções migratórias.
Essa foi a primeira visita de Novák para fora da Europa desde que tomou posse. Após uma reunião no Planalto, foi oferecido um almoço no Palácio da Alvorada, com a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da ex-ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), que era uma das principais vozes conservadoras do governo.
O Globo