Biden se recupera da Covid-19 e deixa o isolamento
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teve um teste negativo para a Covid-19 nesta quarta-feira e pôs fim ao seu isolamento após ser diagnosticado no dia 21. Segundo o mandatário de 79 anos, sua recuperação deve inspirar os americanos a se vacinarem contra a doença, em um momento em que as novas e mais transmissíveis subvariantes da Ômicron ameaçam o país.
Em um breve discurso nos jardins da Casa Branca, Biden disse que seus sintomas foram leves, sua recuperação foi rápida e que se sente “muito bem”:
— Enquanto saía, achei que ouvi o pessoal da minha equipe dizendo: “ah, ele voltou” — brincou o presidente, fazendo a plateia rir. — Acabei de ter um teste negativo para a Covid-19 após me isolar por cinco dias. Felizmente, agora posso retornar ao trabalho presencial.
O presidente, que passou os últimos dias trabalhando da residência oficial, havia tomado sua quarta dose da vacina contra o coronavírus em março. Ele disse que estar com as injeções em dia, fazer testes e usar o Paxlovid — remédio para tratar a Covid-19 que está disponível nos EUA — salva vidas, e que mais americanos devem fazer uso dos inoculantes e tratamentos gratuitos:
— Você não precisa ser um presidente para ter acesso a essas ferramentas para sua defesa. Na verdade, as mesmas doses de reforço, os mesmos testes caseiros e o mesmo tratamento que recebi está disponível para vocês — disse ele.
Embora esteja liberado para fazer suas atividades normais, Biden usará máscara durante 10 dias quando estiver com outras pessoas. O democrata também seguirá fazendo testes regulares para prevenir um eventual “ressurgimento” do coronavírus, disse o médico presidencial Kevin O’Connor em uma carta.
Em sua fala, Biden ressaltou os riscos da subvariante BA.5, uma versão supertransmissível da Ômicron que é hoje a principal responsável pelas infecções nos EUA, inclusive por fazer o presidente adoecer. Segundo ele, é necessário “tomar precauções” para conter a velocidade com que o vírus se dissemina.
— A Covid ainda está conosco, como esteve nos últimos dois anos e meio. — O que é diferente agora é a nossa capacidade de nos proteger de formas graves da doença.
Os EUA registram hoje uma média de 128 mil novos diagnósticos de Covid por dia e 433 mortes — mais que a média de 300 mortes diárias registradas há um ano. À época, contudo, o país via cerca de metade dos casos atuais.
Com as vacinas e tratamentos, a fase da pandemia é outra: não há mais mandados nacionais para o uso de máscaras e poucos falam em acirrar restrições. Não se houve mais falar em ordens federais para o uso dos protetores faciais ou em disputas judiciais sobre ordens de vacinação.
Os esforços são mais de conscientização e de reforçar o incentivo à vacinação em um país onde só 67% da população tomou as duas doses — no Brasil, por exemplo, o número se aproxima de 80%. Apenas 32% dos americanos tomaram ao menos uma dose de reforço.
O Globo