Fiocruz: registro de estudos sobre varíola dos macacos terá prioridade no Brasil
A Fiocruz, que administra o Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC), lançou nesta quinta-feira uma via expressa para registro de estudos sobre a varíola dos macacos (monkeypox). Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já é o terceiro país em número de casos: entre os dias 22 e 31 de agosto os casos identificados saltaram de 3.700 para 5.037, sendo mais de 70% homens entre 18 e 44 anos.
Conhecida como fast track, a medida reduz para até menos de 48 horas o tempo de aprovação do registro. Este é obrigatório e, dependendo do volume nacional de pesquisas clínicas, pode inclusive levar semanas.
“É essencial acelerar soluções com impacto e escala, como vacinas, novos métodos e medicamentos, que podem proteger a sociedade e, ao mesmo tempo, frear a contaminação. Se a documentação estiver correta, podemos aprovar na primeira rodada, imediatamente”, explicou em nota Luiza Silva, coordenadora do ReBEC.
O processo de registros rápidos de estudos científicos vem se aperfeiçoando desde a criação do primeiro fast track, elaborado para a epidemia de zika em 2016.
“Na pandemia, a priorização de estudos considerados emergenciais foi combinada com atendimento em horário estendido. A inovação agora é que os registrantes podem falar diretamente com nossa equipe por meio de chat e até marcar hora para esclarecer dúvidas pelo celular”, detalhou Silva.
Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correa-Oliveira enfatizou que todos os procedimentos éticos e técnicos dessas pesquisas, que envolvem seres humanos, estão preservados.
“O que muda é sua tramitação burocrática: são examinadas antes das demais e a quantidade de rodadas de aprovação entre os pesquisadores e a nossa curadoria de informação diminui, porque esses dois polos interagem diretamente. Não tem segredo”, explicou.
O Globo