Inteligência artificial defenderá réu em tribunal nos EUA
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Depois de criar obras de arte digitais, traduzir letras de médicos e realizar outras façanhas, a inteligência artificial (IA) vai atuar como advogada pela primeira vez. Como noticiou a New Scientist na quarta-feira (4), o algoritmo treinado especificamente para esta função estará em ação em breve, nos Estados Unidos.
O software desenvolvido pela DoNotPay vai auxiliar um réu processado por excesso de velocidade, em um julgamento previsto para acontecer em fevereiro. A empresa não forneceu maiores detalhes a respeito do caso, mas foi informado que a pessoa vai ao tribunal contestar a multa recebida.
Em vez de se dirigir diretamente ao tribunal, como faria um profissional convencional, o “advogado robô” vai conversar com o réu. Por meio de um celular, que executará o programa, a tecnologia fornecerá as respostas que o processado deve dar ao juiz quando questionado — ele usará fones de ouvido para escutar as instruções.
Segundo a desenvolvedora, o assistente jurídico de IA foi treinado utilizando bases de dados de diversos outros casos semelhantes. Dessa forma, a ferramenta está totalmente apta a preparar a defesa do cliente, inclusive sendo capaz de responder diferentes questões que possam ser levantadas pela acusação.
Pronta para vencer
Fundada em 2015, a DoNotPay é especializada no desenvolvimento de soluções de IA para o exercício da advocacia. O algoritmo, que cobra taxas mais baratas que o profissional humano, pode ser usado em processos judiciais relacionados a cobranças erradas, chamadas automáticas que incomodam e multas de trânsito, entre outros casos, de acordo com a empresa.
A responsável pelo robô advogado diz ser possível vencer a maioria dos processos usando a tecnologia, inclusive este que será o primeiro uso de IA como assistente jurídico em um tribunal. Mas caso perca a ação, a companhia anunciou que irá pagar a multa aplicada ao cliente.
New Scientist