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Lula embarca para Arábia Saudita, primeira parada de roteiro pelo Oriente Médio e Alemanha

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Alckimin cumprimenta Lula antes de embarque do presidente para Riade, na Arábia Saudita (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na tarde desta segunda-feira (27) para Riade, na Arábia Saudita, primeira parada de um roteiro pelo Oriente Médio e Alemanha, cujo principal compromisso será a participação na Conferência do Clima das Nações Unidas (ONU), a COP 28, nos Emirados Árabes.

Trata-se da primeira viagem do presidente, que tem 78 anos de idade, após realizar uma cirurgia para colocar uma prótese no encaixe entre o fêmur direito e o quadril, há dois meses.

Lula programou o procedimento para estar apto a realizar o roteiro internacional, que também inclui uma passagem pelo Catar.

Segundo o Itamaraty, presidente quer atrair investimentos estrangeiros e também deve discutir durante a viagem temas como a revisão do acordo entre Mercosul e União Europeia e a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Encontro com príncipe herdeiro

Lula desembarca na terça-feira (28) em Riade e tem a previsão, conforme sua assessoria, de se reunir com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman (MBS), considerado o principal dirigente do reino saudita.

Em junho, durante viagem a Paris, Lula cancelou um jantar que teria com o príncipe. O encontro em Riade visa aproximar o governo brasileiro dos sauditas, que tiveram relação próxima com a gestão de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019-2022.

O país árabe, inclusive, presenteou a então primeira-dama Michelle Bolsonaro com joias, avaliadas em R$ 5,1 milhões. Os itens de luxo foram apreendidos após um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou entrar com os itens de luxo no Brasil, no Aeroporto de Guarulhos, sem declará-los à Receita, o que é ilegal.

Lula tem interesse em atrair investimentos dos fundos árabes, financiados com recursos da exploração de petróleo, para obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda em Riade, o presidente também participará de eventos com empresários.

Doha

Lula deve seguir na quinta-feira (30) para Doha, onde participará de fórum com empresários e se encontrará encontro com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, autoridade máxima do país.

Um dos temas que devem ser abordados, conforme o Itamaraty, é a guerra entre Israel e Hamas, já que o Catar ajudou a intermediar a trégua no conflito para liberação de reféns.

COP 28

Lula participara a partir de sexta-feira (1º), em Dubai, nos Emirados Árabes, da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 28.

O evento é considerado importante pelo governo brasileiros para captar recursos a fim de financiar a preservação de florestas e a transição energética. Lula entende que o Brasil tem condições de ser uma liderança global na área.

Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro deve apresentar uma meta mais ambiciosa de redução da emissão de efeitos estufas.

A nova meta deve passar a ser de redução de 53% das emissões até 2030 em relação às emissões de 2005, quando foi firmado o acordo de Paris.

A meta anterior se comprometia com corte de 50% das emissões até 2030. A meta para 2025 também será alterada: de 37% para 48%.

Berlim

Lula seguirá de Dubai para Berlim, com previsão de chegar no domingo (3) à capital da Alemanha para um jantar com o chanceler Olaf Scholz. No dia seguinte, os dois terão audiências de trabalho com a possibilidade de assinaturas de acordos entre Brasil e Alemanha em diferentes áreas.

Lula deve tratar com Scholz sobre as negociações para mudanças de trechos do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, anunciado em 2019, mas ainda em fase de revisão. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai formam o bloco sul-americano.

O acordo só entrará em vigor após a aprovação pelos parlamentos dos países dos dois blocos. Os europeus apresentaram novas exigências na área ambiental e Lula defende mudanças no trecho sobre licitações feitas pelos governos.

O presidente deseja concluir essa revisão antes de encerrar o mandato rotativo à frente do Mercosul, no dia 7 de dezembro.

 

G1

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