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‘Bebê de pedra’: idosa descobre feto calcificado que carregou por mais de 5 décadas e morre após cirurgia de retirada

WhatsApp-Image-2024-03-20-at-06.21.40-700x350 ‘Bebê de pedra’: idosa descobre feto calcificado que carregou por mais de 5 décadas e morre após cirurgia de retirada

Tomografia mostra como ‘bebê de pedra’ estava no abdômen de idosa, em Ponta Porã (MS)

A equipe médica suspeita que a mulher estivesse com o “bebê de pedra” no abdômen havia 56 anos, desde quando teve a última gestação. A condição é considerada raríssima por especialistas. A idosa, que era indígena e morava em um assentamento no município de Areal Moreira, morreu após a cirurgia para retirada do feto.

(CORREÇÃO: ao publicar esta reportagem, o g1 errou ao informar que a idosa morreu aos 86 anos, conforme informado pelo secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi. Após a publicação, o Hospital Regional da cidade informou que ela tinha 81 anos, conforme consta no documento de identificação. A informação foi corrigida às 11h30.)

A paciente deu entrada no Hospital Regional de Ponta Porã com um quadro de infecção grave em 14 de março. No mesmo dia, uma tomografia 3D constatou o feto calcificado na região do abdômen dela. Veja o vídeo mais acima.

Ao descobrir a existência do feto no corpo da idosa, a equipe de obstetrícia da instituição foi acionada e realizou a cirurgia para retirá-lo. Após o procedimento, a paciente foi encaminhada para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas morreu no dia seguinte.

O motivo da morte foi um quadro grave de infecção generalizada, que ocorreu a partir de uma infecção urinária, segundo o secretário Patrick Dezir.

Transferência para atendimento

De acordo com o secretário de saúde de Ponta Porã, a idosa morava em Aral Moreira, que fica a 84 quilômetros do município. Ela já tratava uma infecção urinária na cidade onde residia. Por causa da piora no quadro clínico, a idosa teve que ser transferida para o HR da cidade vizinha, onde a equipe médica chegou a suspeitar de um câncer.

Após a idosa dar entrada no HR de Ponta Porã, em 14 de março, uma tomografia 3D foi solicitada para precisar o diagnóstico. O exame que identificou o feto calcificado no abdômen da mulher, de acordo com as informações da secretaria de Saúde de Ponta Porã.

Caso raríssimo

O secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, explicou que o nome da condição é litopedia. Derzi, que também é médico, comentou que o quadro clínico da idosa é considerado um tipo raro de gravidez, que só ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica dentro do corpo da mãe.

“A litopedia é um tipo raro de gravidez ectópica [tipo de gravidez quando o óvulo fertilizado se desenvolve fora do útero], e ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica. O ‘bebê de pedra’ é resultante e pode não ser detectado por décadas, e pode causar complicações futuras”, comentou o secretário.

 G1

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