Governo gastou quase R$ 1,7 milhão em operação para procurar foragidos de Mossoró
Foto: Agência Brasil
A força-tarefa do governo federal que atua nas buscas dos dois detentos que escaparam da penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró (RN), em 14 de fevereiro, já custou aproximadamente R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. O dinheiro foi usado em despesas como diárias, passagens, plano de saúde e manutenção e abastecimento de viaturas. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
As informações disponibilizadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram as despesas entre os dias 20 de fevereiro e 21 de março da Força Nacional de Segurança Pública, da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal e da Coordenação-Geral de Operações Integradas e Combate ao Crime Organizado. De acordo com a pasta, nesse intervalo os órgãos gastaram R$ 1.682.709,54 com a operação que tenta localizar Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça. Esse valor pode ser ainda maior, pois não inclui as despesas da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que também atuam nas buscas.
A maior parte dos gastos foi da Força Nacional. O governo enviou 500 agentes do órgão para Mossoró, e só com diárias gastou R$ 1.026.188,75. Além disso, até 15 de março, foram pagos R$ 115.446,02 em serviços de manutenção e abastecimento das viaturas empregadas na operação. Por fim, até 18 de março, a Força Nacional teve uma despesa de R$ 103.914,44 com o plano de saúde dos agentes que participam da missão.
A Força Nacional informou que outros itens, como kits para uso dos policiais, materiais bélicos e químicos, rádios portáteis, impressoras e viaturas, não foram computados como custos da operação. De acordo com o órgão, “uma vez que embora utilizados na Operação Mossoró/RN, integram o acervo permanente da Força Nacional e a ele voltará após o término da operação”.
A segunda maior despesa até aqui foi da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal, que desde o início da operação gastou R$ 125.233,80 em passagens e R$ 252.506,43 em diárias com um efetivo de 32 agentes. O órgão ainda pagou R$ 51.328,30 com o abastecimento dos veículos usados pelos servidores.
A Coordenação-Geral de Operações Integradas e Combate ao Crime Organizado autorizou o deslocamento de um servidor para auxiliar na captura dos foragidos. O órgão teve um gasto de R$ 5.611,80 com passagens aéreas e de R$ 2.480 com as diárias do servidor, que ficou em Mossoró de 22 a 29 de fevereiro.
Na resposta do Ministério da Justiça e Segurança Pública enviada ao R7, a Diretoria de Inteligência Penitenciária foi o único órgão que não detalhou os gastos decorrentes da operação. A diretoria informou que “todas as questões levantadas estão atualmente sob apuração pelas autoridades competentes, e aguarda-se o desfecho das mesmas para fornecer respostas conclusivas”.
“Em virtude das diligências em curso, com o intuito de preservar a eficácia das operações em andamento, solicita-se a compreensão de que todas as informações podem ser requisitadas após a conclusão do caso. Assim que os relatórios forem finalizados, teremos o prazer de fornecer os esclarecimentos necessários”, explicou o órgão.
Força Nacional será desmobilizada
Os agentes da Força Nacional que foram enviados a Mossoró para ajudar nas buscas dos fugitivos deixarão a força-tarefa nesta sexta-feira (29). Em 20 de março, o Ministério da Justiça e Segurança Pública havia prorrogado a presença da Força até esta sexta, mas o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, informou que não vai prorrogar o prazo de permanência dos agentes mais uma vez.
“O que está sendo planejado é uma mudança de estratégia. Mantendo as forças locais fazendo os trabalhos de execução de buscas e ao mesmo tempo intensificando as investigações. Porque nós acreditamos que vamos, com as investigações, com o trabalho de inteligência policial, realizar a recaptura dos dois”, afirmou Garcia ao JR Entrevista.
Os fugitivos Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça são suspeitos de ter ligações com a facção Comando Vermelho, no Acre, estado em que o grupo domina as operações criminosas e onde a dupla estava presa até setembro do ano passado. Eles já foram vistos em diversas ocasiões desde a fuga. No entanto, os investigadores ainda não conseguiram capturá-los.
Ao menos 600 agentes chegaram a atuar na procura dos detentos. Os investigadores concentram as buscas entre Mossoró e Baraúna, cidades separadas por uma distância de cerca de 35 km. A Polícia Federal passou a oferecer uma recompensa de R$ 30 mil por informações que levem à captura dos foragidos.