Influencer é jurada de morte ao romper com Jogo do Tigrinho
Criminosos citaram possível ligação com gangue – Foto: Arte/Metrópoles
Alvo de investigação da Polícia Civil em vários estados do país e na mira da Polícia Federal (PF), a organização criminosa por trás do chamado Jogo do Tigrinho lançou seus tentáculos sobre o Distrito Federal. O esquema criminoso passou a aliciar influenciadores da capital da República para aumentar o número de adeptos à plataforma fraudulenta.
No entanto, pelo menos uma das influencers foi ameaçada de morte quando decidiu abandonar a parceria após notar que não havia a menor hipótese de seus seguidores terem algum tipo de lucro com o jogo de azar. Sob a condição de manter anonimato, a digital influencer do DF contou detalhes de como ocorreu o contato com os representantes do Jogo do Tigrinho.
Matar a filha
As ameaças de morte começaram em menos de 24 horas após a desistência. Com informações detalhadas sobre a vida da influenciadora, os criminosos começaram a enviar uma sequência de mensagens ameaçadoras, principalmente fazendo menção à filha de 1 ano da brasiliense.
Em uma mensagem, à qual a coluna teve acesso, os representantes do jogo chegam a afirmar que possuem conexão com “gangues” que podem fazer mal a quem quebra acordos firmados com a plataforma. “Para quem quebra o contrato unilateralmente, nosso patrão tem muitas gangues cooperativas e subordinados, desejo boa sorte [Sic]”, afirma um trecho.
Os criminosos usaram um telefone com VPN para fazer as ameaças. Os números são utilizados para transmitir dados de forma segura e anônima em redes públicas. Dessa forma, é possível mascarar os endereços IP (uma espécie de identidade do computador) do usuário e criptografar os dados para que se tornem ilegíveis por qualquer pessoa não autorizada a recebê-los.
Após as ameaças de morte, a influencer procurou a Polícia Civil do DF (PCDF).
Investigação
O Fortune Tiger, mais conhecido como Jogo do Tigrinho, é alvo de investigação da Polícia Civil do Maranhão. A suspeita é de que o game esteja ligado a um esquema de pirâmide financeira. O jogo, que é ilegal no Brasil, já causou prejuízos financeiros a usuários e até casos de suicídio relacionados a perdas na “brincadeira”.
Há suspeita de que vídeos que mostram altos valores são feitos em contas usadas para testes (contas demo) do jogo, somente para simular ganhos reais e assim atrair novos jogadores. Como em outros jogos de azar, pessoas tendem a perder muito dinheiro na plataforma.
Relatórios de inteligência produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram que o grupo movimentou cerca de R$ 14 milhões em um espaço de tempo muito curto, com fortes indícios de lavagem de dinheiro, uma vez que toda a movimentação não era compatível com as informações declaradas aos órgãos fiscais.
Metrópoles