Brasil supera 4.000 mortes por covid em 24h e dobra recorde diário em 1 mês
O Brasil bateu, mais uma vez, recorde no número de mortes pela covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmados 4.211 óbitos em todo o país. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
Em um mês, o Brasil dobrou o número de mortes pela covid. Em 10 de março, registrou mais de 2.000 óbitos nas últimas 24 horas. Dias depois, em 23 de março, o país superou a marca de 3.000 mortes no mesmo dia.
Em 6 de março, o recorde da pandemia era de 1.840 pessoas mortas por dia. O número total de vítimas da pandemia é de 337.364.
Os números mostram o avanço da covid no Brasil e confirmam que março foi o mês mais letal da pandemia, com mais de 66 mil pessoas mortas. Para abril, entretanto, a previsão é de que o Brasil tenha 100.000 mortes pela covid-19, apontam projeções são da Universidade de Washington.
De ontem para hoje, foram registrados 82.869 novos casos de covid-19, chegando a um total de 13.106.058 pessoas já infectadas. Os dados não representam quando os óbitos e diagnósticos de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a constar das bases oficiais dos governos.
A pandemia nos estados
Dez estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Nestes locais, o total de vítimas soma 3.505:
- São Paulo – 1.389
- Rio Grande do Sul – 418
- Goiás – 366
- Rio de Janeiro – 347
- Paraná – 280
- Santa Catarina – 224
- Ceará – 142
- Bahia – 122
- Espírito Santo – 110
- Mato Grosso – 107
O Brasil em números
Na primeira onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
- Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
- Maior período com média acima de mil: 31 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)
Na segunda onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 4.211 (6/4)
- Maior média móvel de óbitos: 3.119 (1/4)
- Maior período com média acima de mil: 76 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 19.603 (de 28/3 a 3/4)
As 40 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 40 dias. As dez mais altas são as seguintes:
- 1 de abril – 3.119
- 2 de abril – 3.006
- 31 de março – 2.971
- 3 de abril – 2.800
- 6 de abril – 2.775
- 4 de abril – 2.747
- 30 de março – 2.728
- 5 de abril – 2.698
- 29 de março – 2.655
- 28 de março – 2.598
Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos 12 dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 6 de abril – 4.211
- 31 de março – 3.950
- 1 de abril – 3.673
- 30 de março – 3.668
- 26 de março – 3.600
Dados da Saúde
Pela primeira vez em toda a pandemia, o Brasil registrou mais de 4 mil mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Em boletim divulgado nesta terça-feira (6), o Ministério da Saúde informou que foram reportados 4.195 óbitos causados pela doença entre ontem e hoje.
Até então, pelos números do ministério, o recorde anterior havia sido computado em 31 de março, com 3.869 mortes. Desde o início da pandemia, o total de mortos em todo o país subiu para 336.947.
Pelos dados da pasta, houve 86.979 diagnósticos positivos para o novo coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 13.100.580 o total de infectados no país desde março de 2020.
Segundo o governo federal, 11.558.784 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.204.849 em acompanhamento.
Covid: recorde de mortes em SP era esperado, diz coordenador de centro
Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência de São Paulo, afirmou nesta tarde que o novo recorde diário de mortes registrado hoje no estado “já era esperado” por conta das subnotificações de óbitos que costumam acontecer durante os fins de semana e feriados e pelo número de pessoas internadas em UTI.
“A situação é muito difícil, dramática e triste. Os números de hoje de óbitos já eram de alguma forma esperados, até porque tivemos o feriado na sexta-feira e a gente sabe que no final de semana acumula ficha de notificação.”, disse Menezes na tarde de hoje em entrevista à CNN Brasil.
“Junto com isso a gente também sabe que, com o número crescente de pacientes em UTI, era esperado um número crescente de óbitos, que é o que estamos observando agora infelizmente.”, completou.
Apesar do recorde negativo, o coordenador afirmou que o número de internações em UTI no estado estabilizou e de pessoas internadas em enfermaria diminuiu, o que “provavelmente” é um resultado da instalação da fase emergencial, a mais restritiva do Plano São Paulo.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
UOL