Ramírez tem semana de decisões pelo Inter sob pressão, mas protegido por convicção
Miguel Ángel Ramírez completa exatos 70 dias desde o primeiro treino que comandou no CT do Parque Gigante nesta terça-feira. Pouco mais de dois meses de trabalho, e o técnico espanhol já enfrenta a primeira turbulência pelo Inter, mesmo com respaldo total da diretoria.
O treinador se obriga a lidar com a pressão da torcida após a derrota por 2 a 1 no primeiro Gre-Nal da final do Gauchão – a segunda em dois clássicos disputados. E logo numa semana decisiva, em que a equipe joga a “vida” na Libertadores e também na decisão do estadual.
O Inter enfrenta o Olimpia na quinta-feira, às 21h, no Estádio Manuel Ferreira, em um duelo com ares decisivos pela 5ª rodada do Grupo B da Libertadores. Depois, no domingo, às 16h, tem pela frente o Grêmio no segundo jogo da final do Gauchão.
O tropeço no clássico gerou uma onda crescente de cobranças nas redes sociais e até uma nota oficial de uma das organizadas com críticas aos jogadores. Mas este movimento não repercute na diretoria.
Conforme apurado pelo ge, os dirigentes mantêm convicção no trabalho do treinador e respaldam Ramírez para a sequência da temporada. Mais de uma das fontes consultadas garantem que não há qualquer possibilidade de mudança no cargo. Independentemente dos resultados da semana.
O ge ouviu que Ramírez “está e vai seguir sendo bancado” pelo clube. O projeto de ruptura anunciado pelo presidente Alessandro Barcellos na apresentação do treinador é de longo prazo, com no mínimo um ano para o técnico implementar seu trabalho.
O respaldo e a convicção dão tranquilidade, mas não aliviam a obrigação da equipe por uma recuperação urgente. Pela primeira vez com Ramírez, o Inter sofreu duas derrotas consecutivas. Ambas de virada após queda de rendimento no segundo tempo, contra Deportivo Táchira e Grêmio.
O tropeço para o maior rival obriga a equipe a vencer por dois gols de diferença para ser campeão gaúcho ou por um gol para levar a decisão aos pênaltis. A partida será no domingo, na Arena.
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A derrota na Venezuela na terça-feira passada, por sua vez, complicou o que caminhava para ser uma classificação tranquila na Libertadores. Se mantivesse a vitória sobre o Táchira, o Inter seria líder isolado do Grupo B com nove pontos. Dependeria de um empate contra o Olimpia para garantir a vaga antecipada às oitavas de final.
A derrota na Venezuela e a vitória da equipe paraguaia sobre o Always Ready na altitude embolaram a chave. Todos os integrantes do grupo somam seis pontos.
Se vencer, o Inter encaminha a vaga, ao passo que um empate leva a decisão, sem depender de resultados paralelos, para a última rodada, contra o Always Ready, no Beira-Rio. Uma derrota pode fazer a equipe se obrigar a “secar” os demais rivais.
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Por todo este contexto, as cobranças iniciaram ainda no vestiário do Beira-Rio. Em um clima de indignação pela virada, os jogadores apontaram erros e caminhos para a retomada. As análises e diagnósticos seguiram nesta segunda-feira.
– Nesses momentos de resultados adversos, tem que se trabalhar mais, dar confiança, tem que enxergar e corrigir os erros. Com mais trabalho, se tem mais diagnóstico. Se a rota não está na linha que entendemos, temos que agir de forma rápida, segura, dentro do CT, do vestiário. Temos confiança e convicção no trabalho que todos estamos fazendo. Se nos colocamos nessa situação, vai ser com esse grupo, diretoria, comissão que vai nos tirar disso – afirmou o executivo Paulo Bracks.
O elenco colorado volta a treinar nesta terça-feira e faz uma última atividade em Porto Alegre na quarta, antes de embarcar rumo ao Paraguai. O Inter enfrenta o Olimpia na quinta, às 21h, no Estádio Manuel Ferreira, pela 5ª rodada do Grupo B da Libertadores.
Globo Esporte