Nesta quinta-feira (7), o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renunciou ao cargo de presidente. Cunha estava afastado da presidência da Câmara desde 5 de maio, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade suspender o mandato dele por tempo indeterminado.
Os ministros apontaram que Eduardo Cunha usou o cargo para prejudicar as investigações da Lava Jato e o andamento do processo no Conselho de Ética, que recomendou a cassação do mandato dele.
Cunha é processado por quebra de decoro parlamentar porque disse em março do ano passado na CPI da Petrobras que não tinha contas no exterior. As contas e movimentações financeiras foram comprovadas por investigações da Procuradoria-Geral da República. No Supremo Tribunal Federal, Cunha já é réu.
Ele apareceu na Lava Jato depois da delação do empresário Júlio Camargo. Cunha foi acusado de receber propina de cinco milhões de dólares por facilitar a venda de navios-sonda para a Petrobras. Ela já responde ação penal neste caso, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público chegou a pedir ao Supremo a prisão preventiva dele, ou o uso de tornozeleira eletrônica, alegando que Cunha estaria interferindo em decisões na Câmara mesmo afastado, ou seja, descumprindo a decisão da Justiça.
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