A busca incessante pelo voto dos eleitores acabou, por enquanto. Nós, durante exatos 45 dias, estivemos mais disputados que o prêmio da mega da virada acumulada. Foi bonito de se ver o valor atribuído ao povo. Foi lindo assistir de camarote, o povo – em sua maioria – ouvindo as propostas e questionando candidatos, claro que ainda tivemos alguns ‘clássicos’ que têm que estar no pleito, afinal onde ficaria a graça da disputa, se não fosse o calvário dos candidatos e a festa do povo – de nada adiantaria a campanha nas ruas, não é mesmo?
Este ano, porém, observamos que mesmo tendo verdadeiros e emocionantes espetáculos nos comícios e na propaganda midiática em muitos municípios, o eleitor resolveu abster-se de mostrar sua opção de voto – coisa que não víamos há muito tempo. Parece que a maioria dos eleitores entendeu que o sigilo do voto é importante e benéfico para ele mesmo, salvo algumas exceções, claro! Tivemos uma eleição atípica, silenciosa, diferente por parte do eleitorado, cheia de mistérios a serem desvendados pelos candidatos.
Passado esse período, começam as especulações. E por incrível que pareça, as acusações que você jurava que só veria no futuro. Elas já estão estampadas nas redes sociais dos candidatos e da militância derrotada nas urnas, uma chuva de acusações do tipo: ganhou comprando voto; se não tivesse comprado voto não ganhava! É exatamente ai que aparecem as minhas duvidas.
Reflita comigo.
Se essas pessoas tinham tanta certeza da prática de crime eleitoral por parte de seus adversários, por que então não denunciaram junto a Justiça Eleitoral? Será que estavam, apenas, sendo gentis com seus concorrentes? Ou também estariam praticando o ilícito, temendo serem pegos?
Enfim, não cabe a mim esse trabalho investigativo. Mas é aquela velha história: perguntar não ofende, não é mesmo?
A disputa pelo voto acabou. Isso não significa que acabou a nossa parte e que agora é com eles – os políticos. Definitivamente, NÃO! Se você pensa que acabou, eu recomendo que reveja seus conceitos enquanto eleitor. Agora é que o nosso trabalho começa, de fato.
É hora de avaliar se as escolhas que fizemos foram mesmo as melhores. A partir de agora começa nosso trabalho de cidadãos fiscalizadores e a nossa cobrança para que as políticas públicas apresentadas sejam, efetivamente, cumpridas. Se isso não acontecer nesses quatro anos que virão, voltaremos a exercer nosso papel como eleitores e diremos aos que “contratamos como funcionários” e para nos representar, algumas poucas palavras como: “VOCÊS ESTÃO DEMITIDOS! TCHAU, QUERIDOS!”